19.11.17

Uma desgraça chamada seca

Por Antunes Ferreira
Já não bastavam os terríveis incêndios florestais, a seca também assola o nosso país.
A água como é sabido é um bem essencial para Portugal. Quase todos os autarcas têm tomado medidas. O Governo também as tem. Mas António Costa não pode mandar chover. Por todo o Mundo a água era tema controverso Tome-se por exemplo as Colinas de Golan s Montes Golan. Elas  são o centro da discórdia nas relações entre Israel e a Síria. As montanhas, que hoje delimitam a fronteira norte israelita, foram ocupadas durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967. Telavive anexou-as em 1981.
 Consideradas militarmente estratégicas, por mor da sua altitude, as colinas também são de grande importância devido às suas fontes de água, isso numa região que sofre anualmente com a seca. De acordo com uma informação dada nessa altura pela BBC, estima-se que cerca de um terço da água que abastece Israel nos dias de hoje é proveniente de Golan.
 O município de Nelas declarou, ontem o estado de emergência devido à seca, anunciou o autarca José Borges da Silva, em entrevista à TSF. Segundo o presidente da Câmara de Nelas, a região atravessa uma "situação de calamidade" devido à falta de água, que deve ser combatida "com medidas imediatas e sem olhar a custos", depois dos incêndios que atingiram fortemente a zona centro do país, associados ao tempo seco que tem afectado Portugal. Uma das primeiras medidas foi desactivar as piscinas municipais de Nelas, que se encontram vazias devido ao racionamento de água. José Borges Silva falou mesmo num "racionamento de guerra" relativamente à água, lembrando que há, pelo menos, mil postos de trabalho que dependem da água.
Por isso as medidas adoptadas pelo Governo e pelas autarquias têm vindo a ser informadas com seriedade, apoiadas pelo Instituto Português do Mar e Ambiente, aumentando a sua classificação até se chegar à “calamidade”. As imagens que se veem todos os dias nas televisões com a terra gretada pela ausência da chuva dão aos cidadãos um desalento, uma tristeza e uma desmoralização que são de bradar aos céus; aos céus que praticamente durante o ano de 2017 não deixam cair umas pingas de água.
Todo o país está preocupado pela falta da chuva. 
Uma oração pela chuva e consequentemente pela seca foi proposta pelo Cardeal-Patriarca, D. Manuel Clemente, que foi empregada pelos sacerdotes cristãos, aquando da celebração da missa.”Deus do universo, em quem vivemos, nos movemos e existimos, concedei-nos a chuva necessária, para que, ajudados pelos bens da terra, aspiremos com mais confiança aos bens do Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.” São com estas as palavras que D. Manuel Clemente promove a ideia afirmando ainda no comunicado que uma iniciativa deste género não é assim tão invulgar, já que “O Missal Romano inclui orações por necessidades de vária ordem, também no que à natureza se refere”.
O sentido da oração, explicou o Cardeal-Patriarca em comunicado, surge num contexto de “prolongada seca, que muito afeta o ambiente e as culturas. Os incêndios foram extremamente gravosos, com grande número de vítimas mortais e de feridos, além de muitos danos materiais e prejuízos económicos e sociais, que é urgente colmatar. Toda a solidariedade é devida a quem sofreu, toda a intervenção estatal e social é absolutamente prioritária”. É neste sentido que surgiu este apelo para que a oração seja adicionada às homilias.
À tempestade vem a seguir a bonança; oxalá tudo de componha com a vinda da chuva. A esperança é sempre a última a morrer.

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