8.12.16

Burqa e nicab

Por C. Barroco Esperança
Depois de a França ter proibido, em abril de 2011, o uso do véu integral em espaços públicos, decisão aceite pelo Tribunal dos Direitos Humanos, em 2014, mais três países se juntaram, com justificações diversas, ao clube dos países proibicionistas.
 No mesmo ano, em junho, a Bélgica proibiu que se aparecesse «com a face coberta ou escondida, em parte ou na totalidade, de forma a tornar impossível a identificação», em locais acessíveis ao público.
Em setembro deste ano, a Bulgária aprovou a lei que proíbe usar em público roupas que cobrem parcial ou totalmente o rosto, salvo por motivos profissionais ou de saúde.
 Na última semana, o Parlamento holandês aprovou a proposta que proíbe burqa, niqab, capacetes e passa-montanhas, nos transportes e edifícios públicos, e Geert Wilders, do partido da extrema-direita, defende a interdição total e lidera as sondagens eleitorais.
 Na Itália, Suíça, Alemanha e Reino Unido discute-se o problema e nos dois últimos já se ensaiaram as primeiras restrições.
A ingenuidade de quem vê na proibição um atentado à liberdade religiosa, que é preciso defender, talvez não seja alheia à onda de racismo e xenofobia que varre a Europa com reflexos eleitorais catastróficos a ajudarem partidos de direita extrema ou abertamente fascistas.
 Não terão os imigrantes o dever de respeitar o “ethos” cívico e democrático europeu, à semelhança do que os europeus fazem quando emigram para países muçulmanos ou de hegemonia budista?
 Deixar à extrema-direita a defesa de valores civilizacionais consolidados é comprometer a alternância democrática e, em última análise, renunciar à democracia. 
Fonte informativa: DN, 1-12-2016, pág. 28.
Ponte Europa / Sorumbático

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4 Comments:

Blogger José Batista said...

Na "mouche".

Um dos muitos problemas das esquerdas é pensar que se pode andar de gatas perante o extremismo islâmico. Não pode.
Em sítios públicos, onde a segurança é um bem fundamental, as pessoas devem andar de face descoberta. São as normas da civilização dita "ocidental". Ou deviam ser.
E do mesmo modo que eu tenho que tirar os sapatos para entrar num templo islâmico ou que as jornalistas "ocidentais" cobrem os cabelos com um véu quando falam com (certos) líderes religiosos islâmicos, também os islâmicos devem respeitar a cultura dita ocidental...
Quando a esquerda vacila em coisas tão elementares como estas (parece que o terrorismo islâmico nem é bem terrorismo...), a direita (tantas vezes extremista...) ocupa o espaço político porque atrai o sentir dos cidadãos e, sobretudo, serve-se dos seus medos, que sabe estimular. Até ser tarde demais?

8 de dezembro de 2016 às 10:29  
Blogger Ilha da lua said...

Concordo com o José Batista Embora,politicamente incorrecto,penso que a esquerda na sua extrema tolerância tornou-se um tanto ou quanto paternalista

8 de dezembro de 2016 às 14:04  
Blogger opjj said...

Este Sr. Barroso vê tudo ao contrário!Só ele é Santo! Vá lá aos locais destes de que fala e; olhe para uma mulher, fale com uma mulher, tire uma foto, diga que não é do ALÁ e depois venha para cá contar a estória.
Há dias dizia uma Senhora Cubana com medo de falar com o jornalista.
Olhe para mim, tenho 56 anos, pareço uma doente e velha porque passo fome e não como as vitaminas necessárias.Isto é uma pobreza total.

8 de dezembro de 2016 às 16:46  
Blogger 500 said...

Desculpará o senhor Opjj, mas o que tem a ver o cu com as calças?

8 de dezembro de 2016 às 18:43  

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