20.11.16

Sem Emenda - As Minhas Fotografias

Varandas de apartamentos na Zona G de Chelas, Lisboa – Estas construções, de iniciativa pública, têm trinta ou quarenta anos. Resultam de modas e reflexões dos anos sessenta. Esta Zona tem uma designação menos interessante do que a do Pica-pau ou da Pantera Cor-de-rosa! E não teve, como a Zona J, honras de ficção e filme. Toda esta área foi objecto de planeamento intenso. Vivíamos então os momentos altos das grandes migrações. Todos os dias chegavam a Lisboa populações da província. Era necessário encontrar alojamento para milhares de pessoas vindas de África (e ainda regressados ou retornados), tal como era urgente destruir barracas e reordenar clandestinos. Estes bairros foram “experimentais”, no sentido que se tentava concretizar teorias inovadoras sobre a organização social da vida urbana, o convívio, a privacidade, a relação entre residência e trabalho e a luz. Nem tudo resultou muito bem. Pelo que se vê hoje, as teorias não deram muitos frutos e é difícil imaginar que aquele urbanismo e aquela arquitectura tenham constituído exemplos a seguir… 
DN, 20 de Novembro de 2016

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