13.8.15

Ilusões, mentiras e utopias

Por C. Barroco Esperança 
Pensar que é pagável a dívida que não para de crescer, nem com os juros mais baixos de sempre, combustíveis a preços irrepetíveis e depreciação do euro, é ilusão, tão perigosa como imaginar que o crescimento económico irá disparar para a casa dos dois dígitos.
Há quem não se dê conta de que a dívida se tem alimentado do aumento de empréstimos e da mentira que especuladores e devedores gerem com profissionais especializados em propaganda, elevando o esquema da D. Branca à categoria de ciência económica.
 Portugal, à semelhança de Espanha, Grécia, Chipre, Itália, Irlanda e muitos outros, não consegue sair da espiral suicida em condições irrepetíveis. Como o poderá fazer quando os combustíveis recomeçarem a subir e a dívida for ainda maior?
A crise financeira de 2008, repercutida na falência do Lehman Brothers, cujas ondas de choque se refletiram nos campos económico, social e político, foi uma crise do sistema capitalista que ninguém sabe se foi já a última. A crença na sua superação baseia-se na utopia do infindo crescimento económico e é o paliativo da violência que fermenta, à espera de uma explosão incontrolável.
O comunismo implodiu, o capitalismo explode e a legião de pobres não parará de criar cada vez mais ricos, em número cada vez menor, sem que apareça um novo paradigma para um futuro sustentável.
 Falta ao Planeta resiliência para todos os ataques de que tem sido alvo. Quase oito mil milhões de habitantes, com previsões de estabilização em dez mil milhões, em 2020, com mares a morrerem, o solo arável a minguar, a água potável a desaparecer e o ar a tornar-se irrespirável, não se vislumbra futuro para os que já aí estão à espera de sobreviver.
 Que fazer? 
 Ponte Europa / Sorumbático

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6 Comments:

Blogger José Batista said...

São tétricas, as perspectivas.
O desenvolvimento científico pode salvar-nos?
As religiões serão o "último" refúgio para os desesperados?
Eventuais tumultos serão incontroláveis ou os pobres tenderão a morrer à míngua?
Aparecerá um novo "Cristo" ou outro "Karl Marx", que anime os deserdados? E isso adiantaria alguma coisa?
Os "economistas" resolverão problemas ou continuarão a (su)gerir hipóteses que revertem em proveito do capital?
Para onde caminha a humanidade?
A aldeia (agora) global tem futuro? Quem (e como) vai "sobrar"/sobreviver nas próximas décadas?
Se eu soubesse não sei se dizia.

13 de agosto de 2015 às 10:58  
Blogger SLGS said...

Gostei! Embora ache o artigo um tanto pessimista, é lúcido e uma advertência séria. Gostei!

13 de agosto de 2015 às 15:58  
Blogger Leo said...

Tenho esperança no futuro. Tenho esperança nos jovens. Acho que vão fazer melhor trabalho que nós. E um bom trabalho implica uma mudança radical. Como aqui bem se disse, o comunismo caiu ou vai caindo (porque ainda há, mais ou menos disfarçado). O capitalismo aproxima-se do abismo e já só falta o passo em frente. Ambos foram responsáveis por milhares de mortes e continuam a sê-lo. O mundo “moderno” está a destruir o planeta e aquilo que há poucos anos se acreditava demasiado catastrofista, agora bate-nos à porta como uma evidência. Os jovens não vão mais curvar-se às oligarquias políticas, sejam elas de esquerda ou de direita. A política vai mudar. Vai começar pelo aumento da abstenção, até à completa recusa da vergonha intelectual que representa o voto. Daí até que as oligarquias percam a legitimidade em exercer o poder vai um passo (que vão tentar evitar jogando a cartada do voto obrigatório). Depois os jovens vão começar cada vez mais a juntar-se em comunidades auto-suficientes, processo já está em curso, embora insignificante. A cooperação e partilha entre as várias comunidades, cada qual com a sua mais valência, ajudará suprir as necessidades gerais, tais como saúde, a energia (tendencialmente verde), etc.. O comunismo e o capitalismo diabolizaram a doutrina liberal ou anarca, a única, claro está, onde os oligarcas não encontravam lugar para a sua cupidez e a única em que todos são tidos como capazes com aquilo que a capacidade de cada um permite e com a aceitação de que todos têm capacidades diferentes. Pois o problema do liberalismo era precisamente estar muito à frente no seu tempo, problema que eu acredito já não se irá colocar nas futuras (próximas?) gerações. Por isso são proibidos os partidos anarcas (que não contabilizam vítimas), apenas porque é proibida uma sociedade sem Estado. Mas elas existem. Há tribos onde não existe a “protecção” do Estado e eles vivem bem felizes. Trabalham uma média de 3 horas por dia para o seu sustento (caça, pesca e o que a natureza generosamente lhes oferece das árvores) ficando com 21 horas para o seu lazer, convívio e para dedicar ao ócio. E nem por isso vivem menos anos do que nós, mas mesmo que vivessem menos 10 anos (que é propaganda), se descontássemos os dias de semana que passamos a trabalhar de segunda a sexta até aos 60 anos e contabilizássemos apenas as folgas, mesmo descontando as tais três horas que eles trabalham para o seu sustento, os “selvagens” ficariam a ganhar. Alguém disse um dia: “maldito esse primeiro homem que aceitou trabalhar às ordens de outro”

13 de agosto de 2015 às 16:16  
Blogger Leo said...

E já agora, para distrair, deixo-vos "Cântico Negro" de José Régio, por Jorge Brandão.

https://www.youtube.com/watch?v=z9AEFJ1EVt8

13 de agosto de 2015 às 16:36  
Blogger opjj said...

Com estes textos compridos,pseudo-intelectuais e que nada dizem. Ou melhor, balelas. Não se vê neles uma ideiazinha.Estamos no mundo dos tretas e mais tretas e que subsistem à pala dos que alguma coisa ainda fazem.
Retórica, retórica sem sentido.
Que um espírito se os há, que os ilumine!
Boa tarde.

13 de agosto de 2015 às 16:53  
Blogger Leo said...

Amigo, os que fazem alguma coisa podem continuar a fazer essa mesma coisa sem ter um chupista a ganhar o fruto do que é feito. Estamos a falar em acabar com os 1% que chupam o que os 99% fazem. Não agora, porque ainda há quem creia cegamente neste sistema como ainda há quem creia em Deus. Este sistema NÃO É uma fatalidade sem a qual tudo está perdido assim como Deus não passa de uma mentira, embora empenhem grandes esforços para que pensemos o contrário. Um através da campanha do medo que eles próprios fazem germinar e os outros passeando-se com a habitual falsa candura, quais arautos da justiça e da salvação. Não vamos estar cá para ver mas não tenho duvidas de que o mundo caminha para a emancipação do povo. Sem fronteiras, sem dinheiro, sem nada dessas porcarias todas.

13 de agosto de 2015 às 17:35  

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