5.4.15

Como me sinto bem na pele de social-democrata…

Por C. Barroco Esperança
Quando vejo a comunicação social apodar de socialistas cidadãos de direita que um dia usaram o PS na sua promoção, como António Barreto, Henrique Neto, Medina Carreira ou Luís Amado, por exemplo, entendo que haja quem me julgue esquerdista.
Quando vejo o PS a encarar como seus Álvaro Beleza [socialista liberal, uma espécie de vegetariano que almoça leitão à Bairrada e janta chanfana] ou os dois últimos líderes da UGT, João Proença e Carlos Silva, que ninguém me dissuade de que foram infiltrações do PCP para destruírem a central sindical, não me admira que me considerem leninista.
Quando temos um partido, denominado social-democrata, confiscado por um bando de neoliberais, geralmente inaptos, mas obstinados e eficientes a destruírem o que resta do Estado social, era natural que eu próprio duvidasse das minhas convicções.
Quando um partido assume ser do Centro Democrático [e Social!], situando-se na franja mais à direita do eleitorado, tão à direita que, por salubridade, chegou a ser expulso da Internacional Conservadora e Demo-Cristã, onde regressou por nebulosa conveniência e recomendação do PSD, não admira que a incultura política permita a quem é reacionário declarar-se ‘nem de esquerda nem de direita’, sendo seguramente de direita.
Depois admiramo-nos de que o PR, pensando na Constituição que jurou, tartamudeie o aforismo popular «quem mais jura mais mente» e um PM saído das madraça juvenil do mesmo partido, cada vez pior frequentado, seja o paquete dos neoliberais.
O social-democrata que renuncia ao aprofundamento político, económico e social da democracia, deixa de o ser. O que me afasta de alguns que reclamam outros rótulos, de quem me aproximo nas aspirações sociais, é o centralismo-democrático, que repudio.
No jogo de falsos rótulos, há duas posições abomináveis: os que, à direita, se julgam no direito a decidirem quais são os partidos do ‘arco da governação’ e, à esquerda, os que, na sua sobrançaria, se arrogam o direito de atestar a democraticidade de outros partidos.
Dada a iliteracia política, é urgente lembrar a raiz marxista da social-democracia.
Ponte Europa / Sorumbático

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4 Comments:

Blogger opjj said...

V.Exª tem agora a oportunidade de sacudir estes malandros todos. Concorra a presidente, vá a votos. Com tão grandes pergaminhos, são favas contadas.

5 de abril de 2015 às 19:42  
Blogger Leo said...

Este comentário foi removido pelo autor.

6 de abril de 2015 às 01:13  
Blogger Leo said...

Aos políticos só interessa o poleiro e o tacho. Esses são os verdadeiros princípios aos quais todos eles são fieis.
Para tanto, tudo vale.

6 de abril de 2015 às 01:29  
Blogger Leo said...

Agora um diz paga, outro diz não paga, mas no fim todos pagamos de uma forma ou de outra. Tudo retórica, basta ver a Grécia.

6 de abril de 2015 às 01:32  

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