17.9.14

Sol & Sombra

Por José António Lima
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SOL
João Marques Vidal
Ficou evidente, com a leitura do acórdão e das sentenças do processo Face Oculta, que os juízes do Tribunal de Aveiro confirmaram no essencial a excelência da investigação judicial e da análise criminal que fora liderada por este procurador de Aveiro (agora à frente do DIAP de Coimbra) e pelo inspector da PJ Teófilo Santiago. Só faltou que tivessem a mesma comprovação e sequência judicial as certidões que então extraiu e incriminavam o primeiro-ministro da altura, José Sócrates. Mas a qualidade e a coragem da investigação do caso Face Oculta, face ao poder socrático então todo-poderoso, ficarão como momento alto da sua carreira.
Carlos Moedas
É obviamente uma pasta de segunda linha da Comissão Europeia a que lhe calhou em sorte no elenco Juncker (na qual terá mesmo que reportar a uma vice-presidente). Mas depois de 10 anos com a presidência de Barroso na Comissão seria sempre difícil a Portugal manter um estatuto de primeira grandeza. E a pasta da Investigação, Ciência e Inovação, além do tão falado superorçamento de 80 mil milhões, é uma oportunidade para o promissor ex-secretário de Estado Adjunto de Passos Coelho se tornar uma figura influente em Bruxelas.
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SOMBRA Paulo Bento
Ironicamente, quatro anos depois, é forçado a abandonar a liderança da Selecção quase nas mesmas circunstâncias que o seu antecessor Carlos Queiroz em 2010: logo após o começo desastrado de um grupo de apuramento para o Europeu. Entretanto, conseguiu duas qualificações sofridas de Portugal e os seus momentos altos foram chegar à meia-final do Euro-2012 e o inesquecível play-off com a Suécia (graças a uma enorme exibição de Ronaldo). O ponto mais baixo foi esta derrota impensável em casa com a Albânia. Mas o problema da Selecção reside mais na falta de qualidade da base de recrutamento de jogadores para a necessária renovação da equipa nacional do que nas capacidades deste ou doutro seleccionador.
Armando Vara
Com o seu amigo Sócrates no Governo subiu alto no mundo empresarial e financeiro, da CGD ao BCP. Mas nunca se livrou da imagem de ser mais um comissário político e um gestor de influências do que um administrador respeitado - e a sentença do processo Face Oculta só veio confirmar essa ideia.
«SOL» Set 14

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1 Comments:

Blogger José Batista said...

Se as condecorações que anualmente se fazem em Portugal não parecessem uma forma de distribuir medalhas ao quilo, por quem merece e por quem não se sabe se merece, bem que podia ser contemplado, da próxima vez, o vigilante que não se deixou corromper por aquele extraordinário amigo de Armando Vara, o dos robalos...
Admitindo, porém, que um homem sério não aceitasse ser condecorado por cumprir o seu dever.

17 de setembro de 2014 às 18:35  

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