5.6.14

PS, Lisboa e a amnésia de João Soares

Por J. António Lima
Com a luta pela liderança como pano de fundo, no tiroteio de acusações e contra-acusações que entretanto se desencadeou no interior do PS, apareceu João Soares a culpar António Costa de uma «crise de egocentrismo e sebastianismo» e de «chantagem» por querer desalojar António José Seguro de secretário-geral do partido. 
João Soares aproveitou, depois, para confessar que votou Costa em Lisboa, nas autárquicas de Setembro de 2013, e avisar solenemente: «Não estou disponível para que alguém em quem votei entregue a Câmara a outro qualquer», no caso  ao n.º 2 da CML, Fernando Medina.
É um argumento respeitável. Mas extraordinário vindo de quem vem: não foi João Soares, em 1995, o Fernando Medina de Jorge Sampaio quando este lhe entregou a presidência da Câmara de Lisboa para se candidatar a Belém? Há amnésias muito convenientes.
«SOL online»

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1 Comments:

Blogger José Batista said...

E não só. Também era João Soares que desenvolvia uma espécie de "diplomacia paralela" nas suas deslocações à Jamba, para conferenciar com Jonas Savimbi, como se fora ministro dos negócios estrangeiros de Portugal, por conta própria. Nessa altura ninguém houve que lhe pusesse o dedo no nariz. E, da lavra dele, sempre muito ancho, e engajado, para aplicar um termo que ele usava muito, e com o apoio de boa impressa, em que se afirmava que ser filho de quem é o prejudicaria, "acabou" como "acabou" no plano autárquico e no da política nacional. Agora ainda sai da casca para dar lições de moral na pele de votante modelo, quando ele próprio foi presidente da câmara de Lisboa sem ter sido eleito por ninguém.
Enfim, foi com "estadistas" deste quilate, mais aquela rapaziada diligente e bem preparada da nossa partidocracia que chegámos até aqui.
E assim vamos jazendo. Nós, os do costume.

5 de junho de 2014 às 17:03  

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