28.11.13

Tratados suavemente a cavalo-marinho

Por Ferreira Fernandes
A história, sabe-se, ajuda a não cometer erros no presente. Mas um artigo do Times, de Londres, ontem, mostrou que a Biologia Marítima também não é má a dar lições. 
Não sei se já mergulharam para ver cavalos-marinhos. Eu vi-os em mangais brasileiros, são pacholas como folhas mortas vogando. Ora a sua principal comida são copépodes, invertebrados pequeninos e muitos - no planeta há mais copépodes do que insetos. Outra característica dos copépodes: são rapidíssimos. Se tivessem o nosso tamanho, nadavam a 3000 km/h (Michael Phelps: 7 km/h). Como é que, então, um cavalo-marinho apanha um copépode? Cavalo-marinho também é nome do mais brutal dos chicotes, feito com couro de hipopótamo, mas é com suavidade que o nosso peixe (o cavalo-marinho é um peixe) se aproxima da presa. Com a sua cabeça equina, nadando de pé, com filamentos que parecem crinas, os cavalos-marinhos, afinal, não cavalgam, nem a galope nem a passo - um estudo da Universidade do Texas mostrou que eles cortam a água devagarinho e sem fazer a mínima vaga. Chegados ao pé das presas, desprevenidas, sugam-nas com o seu focinho em forma de tubo. 
Ontem, também li que a alemã Volkswagen quer tornar-se a maior fabricante mundial de automóveis, o mais tardar em 2018. Se o conseguir, acho que ela devia trocar o logo da sua marca, o célebre "VW" num círculo, por um cavalo-marinho. E nós podemos marcar na testa a figura, seja lá isso o que for, de um copépode. 
«DN» de 28 Nov 13

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