21.3.13

Economês

Por Pedro Barroso
O ECONOMÊS é de facto uma língua delicada e sinuosa. 
Acabo de ler no Económico que a nossa venda de títulos de dívida vai óptima mais uma vez, porque agora, entre outras razoes, já estamos no lixo fino! ... mas espantosamente aparece um comentário dizendo que isto acontece e realizou-se numa altura em que o Chipre tenta evitar a bancarrota, depois de ter chumbado o resgate europeu proposto pelo Eurogrupo.
Ora para mim, que sou músico e nunca quis penetrar na semântica económica quer-me parecer que o que os deputados em Chipre corajosamente chumbaram foi um roubo que se pretendia instituir, directo e descarado, ao aforro das pessoas privadas. Isto é - precisar de resgate europeu, pois, sim senhor; mas com regras a estudar, não indo aos magros pecúlios particulares de quem aforrou para a velhice. É preciso lata para ainda falar do generoso acto de resgate europeu oferecido - que valia mais esquecerem pela vergonha e insulto que representa da forma como foi apresentado. Entretanto nem sei que diga, fico muito feliz também por ter lido que... Na bolsa nacional, o principal destaque vai para a recuperação da banca, que foi de resto o sector mais castigado nas últimas sessões.
E eu cheio de pena! ... oh pa mim! Vou já ali comprar mil acções do BCP que estão baratinhas a 0,10€... e de facto não valem mais que isso. Juntando tudo isto às erráticas previsões de Gaspar e ao sábio Belmiro, que nos ensina que só há emprego se os salários forem muito baixos e que, sim, podemos manifestar-nos com toda a nossa indignação que isso até é terapêutico - um autentico divertimento, ora bem ... ficamos com uma análise completa de como esta linguagem económica varia conforme as ópticas e galáxias onde se constrói.
E a carteira de quem falou.

Etiquetas: