17.9.12

Explicar-se bem é o melhor remédio

Por Ferreira Fernandes
JÁ VI manifestações grandes e pequenas, de boas e más causas, violentas, comovedoras, grandiosas, mas para definir as de sábado escolheria outra palavra: desiludidas. 
Estamos dentro de um túnel e com a suspeita de que, se surgir uma luz, alguma coisa prolongará o túnel. Estamos apagados - e isso é muito pior e mais perigoso do que os euros que nos estão a descontar. 
Ontem, há duas gerações, vivíamos com menos salário e piores condições, mas não estávamos tão quebrados. Isto para dizer que os remédios económicos e financeiros são necessários, mas a política é essencial. Precisamos de um memorando de entendimento sobre o entendimento. Não sei se a TSU isto ou aquilo, mas eu não apresentaria, hoje e aqui, uma medida que, basicamente, tira aos empregados e dá às empresas sem me armar de uma mão cheia de argumentos curtos e claros. Isto é, eu não o faria sem ter uma política. Por exemplo, não afogaria numa entrevista de 76 minutos, como fez o primeiro-ministro, a cenoura de prováveis baixas nos transportes. Não sei se a TSU pode consegui-lo, sei é que Passos Coelho não fez esforço para me convencer (nem mentir-me bem tentou ou soube). 
Preocuparem-se em convencer-me é o mínimo que peço. Olhem como Paulo Portas falou ontem: claro e incisivo. Claro, ele está a tentar reequilibrar as forças no Governo, mas agradeço-lhe ter falado de forma a eu entender. Não poderemos recuperar a esperança sem que o discurso político melhore. 
«DN» de 17 Set 12

Etiquetas: ,

1 Comments:

Blogger brites said...



discursos?paulo portas?bons manipuladores?

que desilusão!


o povo pede justiça, competência,criatividade, coragem,,,,

discurso mole o seu...

17 de setembro de 2012 às 10:43  

Enviar um comentário

<< Home