25.8.12

Todo o jovem é príncipe, exceto...

Por Ferreira Fernandes
NOS ANOS 50, em França, Minou Drouet, menina de 8 anos, teve os seus poemas publicados pela prestigiada editora Julliard. Nascia uma criança prodígio - e uma polémica literária (era ela ou não quem escrevia os poemas?) que foi rematada por uma frase de Jean Cocteau: "Todas as crianças são génios, exceto Drouet." 
Com a catadupa de pequenos escândalos do filho mais novo do príncipe Carlos, logo transferidos para capas de jornais, pode dizer-se que todos os jovens são príncipes, exceto Harry. Tal como a última peça de roupa lhe caiu no 'strip billiard' (uma espécie de 'strip poker' mas mais gráfica, usando tacos e buracos), caiu um dos argumentos mais válidos da monarquia: esta serviria para preparar desde cedo os futuros ou potenciais chefes de Estado (Harry é o terceiro na linha de sucessão). Pelos vistos, não - e não julgo aqui bacanais em Las Vegas. O que eu digo é que os jovens comuns - incluindo os futuros Presidentes, mas de quem ainda se desconhece o futuro -, os plebeus, pois, podem ter o rei na barriga e fazer as tolices próprias da adolescência e da juventude sem ficarem expostos por elas. 
Não se cobram as bebedeiras do jovem David Cameron (só para comparar com um poderoso inglês que não nasceu com o poder garantido) mas o príncipe Harry, pobre alteza, não pode fazer baixezas sem ficar traumatizado. Como se não lhe bastasse ter sabido, criancinha, que era menos do que o irmão. Já houve quem ficasse gago por isso. 
«DN» de 25 Ago 12

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