31.5.12

Pobres e desconfiados

Por Pedro Barroso
HOUVESSE petróleo na Nazaré em vez de saias; e gás natural aqui na minha terra, em vez de gases e mau cheiros da Destilaria... e a Europa venerava-nos já, a partir de amanhã.
Houvesse diamantes na Amareleja em vez de trigo; e que a vila fosse Verde de esmeraldas em vez de plátanos e seríamos a coqueluche da Europa, os filhos dilectos do deficit esquecido!
Ai hipocrisias do mundo, ai golfes da minha pátria! Ai poderosos do mundo sem qualidade nem consistência maior que um punhado de ouro que comanda os critérios do existir e do valor das cousas!
Como me cansa tudo isto; que ridículo é este cupido navegar ao sabor do interesse das armas e da ilusão de felicidade. Dão-nos relvas e depois admiram-se da mediocridade dos interesses... e da sordidez dos meios... vigiem-se uns aos outros eternamente e fiquemos nós no Olimpo da paz de viver, enfim, num mar de Ombridade, Justiça e honestidade.
Vão. Devorem-se e deixem em paz quem verdadeiramente trabalha e faz a esperança renascer fruto de suas mãos, a cada dia que começa. Que telejornais da treta, sinceramente. Não há outros valores e outros alcances? A Pátria está doente de gestão podre e assassina. E os que lutam pelas Artes e Ofícios não precisam de vós para nada de nada. Quando acabam as prebendas aos senhores? Ainda ontem 3 desgraçados foram presos no Norte por apanhar pinhas para viver e os Isaltinos Limas Loureiros e tantos outros ocultos nas saias do poder deviam ser presos e não são! Quando acaba a senhora professora' troika? Afinal viver aqui é isto? Ah... Quando acaba Portugal?

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