22.3.12

Pudera...

Por João Paulo Guerra

A DESPESA subiu, as receitas caíram e aí está o défice a triplicar no mês de Fevereiro, por comparação com o mesmo mês do ano passado.

Não tem nada que saber, o que não faltou foi quem avisasse que este seria o efeito desta causa política. E se a política se avalia pelos resultados, então não pode haver política mais errada que aquela que está a ser aplicada pelo Governo PSD/CDS & Associados.

E é uma política errada em todos os sentidos: castiga o povo com a perda de direitos e a pobreza anunciada e não alcança os objectivos que se propõe. Os dados da execução orçamental aí estão para o confirmar. O défice agrava-se, enquanto por outras vias se sabe que igualmente se agrava o endividamento: tomara Portugal conseguir pagar os juros agiotas da dívida, quanto mais a própria dívida que todos os dias cresce.

A queda do défice tem várias parcelas mas a mais previsível é a que resulta da quebra das receitas fiscais. A ganância do IVA a 23 por cento já começou a asfixiar a economia, o mercado interno quebra o contributo para a receita, o empobrecimento da classe média, a falência de sociedades e o desemprego reduzem drasticamente a carga fiscal arrecadada.

Mas alguém estaria à espera de outro resultado? Cada um pode avaliar esta política e chumbá-la como errada. Mas ninguém vai dizer que os governantes não sabem o que fazem ou o que querem. Sabem perfeitamente. Esta política é deliberada. Mais, é premeditada. Mais ainda, foi meticulosamente traçada a régua e esquadro pelos inventores da crise. Está tudo previsto. Tudo, excepto a quantidade de indignação quanto baste para virar tudo isto do avesso, antes que políticos e políticas virem o País definitivamente de pantanas. Essa é contribuição da surpresa para a saída da crise.
«DE» de 22 Mar 12

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1 Comments:

Blogger (c) P.A.S. Pedro Almeida Sande said...

Teia sido tão fácil ter travado o endividamento sem o recurso a aumentos de taxas que diminuíram os impostos - desvalorização equilibrada.
E a política é de facto deliberada na sua componente de desvalorização salarial. O para além da Troika é que foi ainda mais grave: o terem-se esquecido que a uma desvalorização salarial, desvalorização fiscal... e não o seu contrário.

23 de março de 2012 às 11:47  

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