22.3.11

O romance que une o PS e o PSD

Por Ferreira Fernandes

ISTO ESTÁ em cacos, PS e PSD não se entendem. Ambos estão conscientes sobre a gravidade da situação financeira, mas tirando a comum justificação do divórcio - "a culpa da crise política é tua", "não é, não, é tua!"... - nenhum cede. Uma algaraviada em pingue-pongue (ontem ouviram-se, entre outros, os socialistas Luís Amado e Jorge Lacão e os sociais-democratas Miguel Relvas e Passos Coelho), tanto mais extraordinária quanto nenhum dos lados, cada um acusando o outro, é capaz de apontar uma solução. Ou, apontando-a, é do tipo "a broad coalition for change", como escreveu ontem o PSD num documento, admitindo que isto só lá vai em estrangeiro. O problema é que aquelas esquisitas palavras traduzidas dão esta quimera: "Ampla coligação para a mudança."
Eu também queria conhecer a próxima chave do Euromilhões, mas suspeito de que não a vou ter. Nem ninguém vai conseguir ampla coligação. A não ser... Li no blogue Perplexo, do jornalista Couto Nogueira, que foi lançado o romance A Terra Toda, de outro jornalista, José Manuel Saraiva. Cito as presenças: Dias Loureiro (que apresentou o livro), Rui Pereira, ministro das polícias, Jorge Coelho, ex-homem forte do PS, Miguel Relvas, actual porta-voz do PSD...
Afinal sempre é possível a convivência. No romance, o protagonista apaixona-se pela sua psicanalista. É, pode estar aí a solução.
«DN» de 22 Mar 11

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