16.1.11

Luz - Quinta de Valbom, Douro, 1975

Fotografias de António Barreto- APPh

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Quando ainda se usavam estes “cestos vindimos”, com cerca de 60 a 70 quilos de uvas. Às vezes, aqueles homens faziam por dia, desta maneira, dezenas de quilómetros a subir ou descer encostas. Os cestos faziam parte do “típico” duriense, cantado e elogiado por escritores e turistas, que quase sempre esqueciam a dureza daquele trabalho. Hoje, felizmente, estão praticamente desaparecidos. Caixas de 20 a 25 quilos e outros contentores, além dos tractores e das camionetas, fazem esse trabalho.

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4 Comments:

Blogger Bartolomeu said...

Eu, sou um "merdas"!
Sou, é verdade que sou!
E este post, veio relembrar-me essa minha qualidade.
Sim, ser um "merdas" pode ser uma qualidade.
No meu caso, sou um "merdas" para mim mesmo, devido à qualidade que possuo de gostar imenso de emprestar para leitura aqueles livros que me dão imenso gosto em os ler e que, depois, se esquecem de me devolver.
Acontece com relativa frequência, a meio de uma conversa, a propósito do tema, recordar-me que já li acerca dele e que possuo o livro onde li. Então vou a correr procura-lo e insisto muitas vezes com o meu interlocutor, para que o leia.
Quando volto por algum motivo a lembrar-me do livro,e verifico que não o tenho na estante, concluo que o emprestei e invariávelmente, esqueço-me de a quem.
Passou-se o mesmo agora.
A propósito deste post e desta foto, lembro-me que li ha bastante tempo, um livro, de cujo autor e título não me recordo, mas que descrevia o Douro, os vinhedos, as gentes, o rio, os trabalhos, o transporte dos pipos, etc. de uma forma magistral.
Procurei na estante e... pufhhh, nada, partiu para parte incerta.
Mas recordo-me já com pouca nitidez, de uma passagem desse livro, que retrata bem a dureza dos trabalhos e a rijidez daqueles homens e mulheres, quando o autor descreve a surriba naqueles socalcos xistosos, feita à força de braço, partindo a rocha com o ferro de aluvião, e transcreve a frase de um dos trabalhadores que diz algo semelhante a isto: «abençoada mãe que pariu tal filho».
Já tenho pouca certeza de que fosse esta a frase, mas andaria lá por perto.

16 de janeiro de 2011 às 12:15  
Blogger José Batista said...

O saboroso comentário de Bartolomeu fez-me lembrar o caso de um cidadão já falecido, de nome Joaquim Martins, de uma aldeia do concelho de Oleiros, na zona do pinhal do interior da Beira Baixa.
Era tão grande e tão forte o "Ti Jaquim Martins" que era referência invariável para qualquer tarefa que estivesse no limite da força humana. E havia várias histórias verdadeiras, todas de assombrar... Valia que o homem era absolutamente pacífico e muito boa pessoa, como todos reconheciam, excepto nas situações impossíveis...
E tal era a sua envergadura que a própria mãe, a "Ti Maria Almeida", gabou publicamente o filho na altura de "ir a sortes", com uma frase mais ou menos assim: - "Caramba, quando lá virem o mê Jaquim ainda hão-de dizer: Ah, abençoada vaca, que pariu tal bezerro!
Ficou apto, mas não pode cumprir o serviço militar porque, quando foi na altura de escolher a farda, nenhuma havia que lhe servisse nem ele conseguiu enfiar a ponta dos pés nas botas por mais que lhes escancarasse a "boca"...
E assim ficou como uma lenda, o que não passou da mais pura realidade.

16 de janeiro de 2011 às 17:19  
Blogger Bartolomeu said...

N'Este nosso país, reside um grande mistério, José Batista. Tanto nele podem nascer homens, imensamente fortes e imensamente generosos, como imensamente maus e, literalmente filhos de uma vaca, com o devido respeito pelos nobres carácteres das progenitoras.

16 de janeiro de 2011 às 17:29  
Blogger Luís Bonito said...

Uma palavra de admiração para a fotografia! Além da riqueza documental, tem aquela luz mágica dos quadros...

17 de janeiro de 2011 às 09:54  

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