24.1.11

E de Alegre se fez triste a leda madrugada

Por Pedro Barroso

E POR MAIS cinco anos, crispado Silva viverá seu esgar altivo de glória financeira mal explicada... eleito por 1/4 dos eleitores nacionais!
Percebesteis? Vamos lá a ver. Então eu explico melhor o que sinto.

A democracia vale pela expressão do voto. Claro. Que, por sua vez, reflecte um sentimento perante a conjuntura actual e a sensibilidade popular aos candidatos, suas propostas, ideias e as eventuais mudanças que signifiquem.

Nesta conjuntura, apesar das acusações que ficam por explicar – e todos aguardamos que isso aconteça...- Cavaco é legitimamente eleito, sem espinhas. Nem outra coisa eu esperava, sinceramente.
Mas as pessoas que não saíram a voto são metade dos portugueses. E trezentas mil ainda votaram branco ou nulo.

Não gosto de abstenção, nem me revejo nela; tal como duvido da eficácia politica do voto branco ou nulo.
Mas sinto que isso significa o descrédito duma classe politica que tem os mesmos protagonistas há quase 40 anos. Um cansaço. (...)

Texto integral [aqui]

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9 Comments:

Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Está tudo muito certo. Mas, para ganhar a Cavaco, a esquerda tinha de fazer mais (e melhor) do que atirar-lhe com a casa da Coelha, a barraca das escutas, a amizade do Dias Loureiro ou as acções da SLN.
O que a esquerda tinha de fazer (e não fez) consistia em duas coisas muito simples (?):

Uma que NUNCA consegue; e outra que AGORA não conseguiu:

A que NUNCA consegue, era (como refere Alfredo Barroso na crónica anterior) unir-se, apresentando um único candidato e não um sortido deles.

A que AGORA não conseguiu era apresentar um candidato mais "credível" (no sentido de "consistente"):
Alegre, ao aparecer, desta vez, com apoios partidários claros, perdeu a aura de independente que me levou a dar-lhe o meu voto há 5 anos. E ao aparecer apoiado por Sócrates e por Louçã - CHIÇA!!- , deitou a perder o resto.

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Mas toda a gente sabia e dizia isso há muito tempo. O espantoso é como é que alguém quer chegar a PR sem ter o mínimo de lucidez para perceber o que entra pelos olhos dentro. E, já agora, que raio de conselheiros tem?!

24 de janeiro de 2011 às 19:36  
Blogger DM said...

De acordo, na generalidade, com o conteúdo.
E, só pelo termo "espantástico", este que penso ser um excelente neologismo, já valeu a pena ler.

24 de janeiro de 2011 às 21:37  
Blogger Bartolomeu said...

Estou de acordo com as observações de Medina Ribeiro.
Muito fraco e demasiadas vezes arrogante, se apresentou o candidato Manuel Alegre. Para quem representava a opção, a alternativa, acabou a demonstrar desprezo por aquelas gentes que se deslocaram de "cascos", para o ver e aplaudir, quando desmarcou em cima da hora as visitas prometidas e ainda, quando as fez "secar" horas, para além daquela que estava marcada.
Cavaco, apresentou-se mais combativo e social, além de ter sabido representar a figura de ofendido na prefeição. E até já dou de barato, aqueles saltos acrobáticos para cima do tejadilho do carro.

25 de janeiro de 2011 às 10:41  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Bartolomeu

... e repare-se como Cavaco recorreu à falácia de Isaltino de Morais, de Fátima Felgueiras, de José Sócrates e de outros:

Não esclarecem as acusações de que são alvo, chamando-lhes "campanha de calúnias", e depois dizem que, como foram novamente eleitos, os votantes os absolveram.

De facto, e em aspectos como esse, Cavaco é fraquinho. E, por isso mesmo, a Esquerda tinha possibilidades (e obrigação) de arranjar um candidato (e um só!) que aparecesse aos olhos do povo claramente melhor do que ele: mais consistente e, se possível, independente.

Como não fez esse trabalho de casa, agora faz o que já se esperava: lambe as feridas, procura culpados, e tenta minimizar a "raposa velha" que, mais uma vez, lhe deu uma lição de «Rudimentos de Política».

25 de janeiro de 2011 às 11:14  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

... e ainda:

Veja-se a situação a frio (sem ser em termos partidários):

Não é evidente que, se fosse eleito, Alegre traria mais problemas a Sócrates do que Cavaco (em assuntos como a política de austeridade - que é o que vai dominar a política portuguesa nos próximos tempos)?

E não é evidente que, para socratistas e soaristas, o afastamento de Alegre (por tanto tempo que, o mais certo, é que seja definitivo) é um alívio?

25 de janeiro de 2011 às 13:01  
Blogger Bartolomeu said...

Ora aí está, Medina Ribeiro!
Essa parece ser a mais que evidente conclusão a que se pode chegar. No entanto, parece-me que Manuel Alegre, muito menos que os seus opositores, mostrou-se incapaz de compreender essa realidade e torna-la num acrescento à sua motivação para manter e intensificar o espírito lutador com que começou a campanha.
Uma pena, Medina Ribeiro, uma pena.
Sobretudo porque, para aqueles da nossa idade, cientes do estado calamitoso do país e da necessidade de haver alguém a presidir à república, com os tomates suficientemente negros para, nas alturas certas, desferir dois valentes murros na mesa e colocar as coisas nos eixos, não se prefila no horizonte político, outra figura como carisma e a experiência política emboído de valores ideológicamente sociais, como Manuel Alegre.
Agora, resta-nos esperar que Cavaco Silva, seja aquilo que Alberto João Jardim profetizou antes das eleições... um presidente menos mau.

25 de janeiro de 2011 às 13:59  
Blogger Ribas said...

E já agora, onde estão as respostas de Manuel Alegre aos leitores do Sorumbático???
Talvez cheguem a tempo das próximas eleições presidenciais...

25 de janeiro de 2011 às 14:25  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Ribas,

Como na altura aqui se disse, TODAS as perguntas colocadas pelos leitores do 'Sorumbático' foram enviadas a Manuel Alegre.

Mas também fomos informados (e logo no início) de que, muito provavelmente, ele só responderia a algumas.
Essas foram as que se afixaram, e se podem ver [AQUI].

25 de janeiro de 2011 às 18:10  
Blogger Ribas said...

Obrigado!
Perdi essa passagem do blog ;-))
Embora compreenda, achei que apenas foram enviadas as respostas politicamente correctas e que não se quis “picar a fera” – que demonstrou na campanha, o mau génio quando confrontado com as suas fragilidades – principalmente depois de ter tido a amabilidade de se disponibilizar responder aos leitores do Sorumbático.

26 de janeiro de 2011 às 07:50  

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