19.1.11

A caixa de Pandora

Por Baptista-Bastos

"A ESQUERDA a que Manuel Alegre pertence é saudosista e já não existe", disse Maria José Nogueira Pinto, no programa de Mário Crespo, transmitido na segunda-feira, p. p., na SIC Notícias. Uma frase que se releva de uma ambiguidade premeditada. Maria José Nogueira Pinto é uma mulher lida, informada e inteligente, e sabe muito bem que a direita vive em função da esquerda. Ou seja: uma devolve-se à outra, como um reflexo, por vezes deformado, que arrasta o seu contrário.
A esquerda vai acertando os combates consoante as próprias exigências históricas. Mas o inimigo, com outras máscaras e diferentes processos de maneio, é sempre o mesmo: o capitalismo, agora amenamente chamado "o mercado". Há um argumento circular que pode esclarecer e justificar o equívoco entre o conceito de esquerda e a prática, há anos exercida, pelo PS. O PS sobrenada na sua peculiar sobrevivência e, infelizmente, tem revelado uma surpreendente tendência para se esvaziar de ideologia e de idealismo. (...)

Texto integral [aqui]

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4 Comments:

Blogger cs said...

Porque é que quem pensa de modo diferente é "o inimigo"?

19 de janeiro de 2011 às 11:59  
Blogger Jorge Manuel Brasil Mesquita said...

Se o Senhor Manuel Alegre pertence às velharias da Esquerda, deve-se acrescentar que a Senhora Dona Maria José Nogueira Pinto pertence às velharias da Direita portuguesa. Amor com amor se paga. Mas, uma verdade tem que ser dita. Manuel Alegre, como muitos outros militantes de esquerda, falham, quando combatem a direita com certos dogmas de esquerda que não resistem às novas páginas do tempo. Enquanto a esquerda não se defrontar consigo própria em ideias e ideais adaptados à realidade da globalização, tenho muitas dúvidas que reconquistem o lugar que, por direito, lhes pertence no desenvolvimento harmonioso de uma sociedade que se quer, desenvolvida e equilibrada, entre todos os sectores da população portuguesa.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Lisboa, 19/01/2011

19 de janeiro de 2011 às 13:24  
Blogger GMaciel said...

Não consigo entender, sinceramente, como é que a esquerda apoia Manuel Alegre, pois tudo o que respeita à sua vida política é dúbio e inconsistente.

Por favor, expliquem-me como se eu tivesse cinco anos.

19 de janeiro de 2011 às 15:25  
Blogger António Viriato said...

Baptista Bastos toca hoje num ponto fulcral : as Nações não são Empresas. A mentalidade gerada pelo excesso de pensamento económico, pela ficção do financismo orientado por mão automática, invisível, imparcial e quem sabe se providencial, como pretendiam os assépticos gestores do neoliberalismo, desacredita-se, destrói-se a cada nova crise que surge.
À parte certos ódios de estimação de BB, que constantemente ressuscita velhos fantasmas que o anti-fascismo ergueu como indiscutíveis, até nos conduzir ao descrédito total, reconheça-se que tem aqui neste ponto particular uma observação muito pertinente, plena de sagacidade, como de resto compete a alguém que há muito anda nestas lides, procurando atinar com o caminho da salvação colectiva, que colhe hoje escassos apoiantes e ainda menos entusiastas, pelo menos entre a classe política dirigente, não completamente desacreditada.

19 de janeiro de 2011 às 23:40  

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