20.6.10

A santíssima ignorância

Por Rui Tavares

UM DIA, Rui Pedro Soares será apenas um nome que ligaremos a um escândalo político que já lá vai. Pouco antes de desaparecer na obscuridade, porém, decidiu fazer declarações em que comparava a comissão parlamentar de inquérito ao caso PT/TVI aos “tribunais da Inquisição”.

Rui Pedro Soares talvez não entenda que, enquanto este for lembrado, o seu nome será para os portugueses (incluindo, não pense ele outra coisa, aqueles que votam no seu partido) o emblema da mediocridade e da arrogância que chega ao poder e ao privilégio por intermédio de favorecimentos e favoritismos, que exerce esse poder da forma mais gabarolas e irresponsável, tendo como único objetivo satisfazer o mando do político que o pôs naquele lugar, e que para desempenhar tal tarefa é pago num ano muito mais do que muitos portugueses esforçados e honestos ganham trabalhando a vida toda. (...)
Texto integral [aqui]

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3 Comments:

Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Um outro 'autor convidado' do 'Sorumbático', o José António Lima, escreve ontem, no «SOL», sobre a mesma personagem:

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«Dito e Feito»

O famigerado Rui Pedro Soares, quadro do PS colocado na PT, onde subiu, meteórica e inexplicavelmente, à administração, veio agora queixar-se da proposta de relatório da comissão parlamentar de inquérito ao caso PT/TVI. «A semelhança entre este relatório e os julgamentos da Inquisição não é pura coincidência», afirmou o azougado boy socialista, revelando a consideração em que tem o Parlamento e a ignorância do que desconhece da Inquisição.

Rui Pedro Soares, relembre-se, é um operacional partidário ao serviço da estratégia de controlo e manipulação delineada em S. Bento, como fica amplamente comprovado na investigação judicial que corre em Aveiro. E desempenhou um papel central, por vezes até com um comprometedor excesso de zelo, na tentativa de aquisição da TVI, por forma a neutralizar a sua linha editorial, incómoda para o Governo, e a silenciar as vozes mais críticas e inconvenientes para o poder socratista, como a de Manuela Moura Guedes – tudo isto está, também, sobejamente documentado na investigação do processo Face Oculta.

O jovem Soares, recorde-se ainda, mudou radicalmente a sua atitude face às audições parlamentares. Primeiro, apareceu muito ligeiro e falador, com a auto-suficiência que o seu alto posto na PT ilusoriamente lhe dava, na Comissão de Ética, a prestar abundantes declarações. Com as quais se comprometeu ainda mais. Depois, já sentindo o chão a fugir-lhe debaixo dos pés, foi à Comissão de Inquérito anunciar que se remetia ao silêncio. Ficou tudo mais claro...

Mas o que, pelos vistos, começa a fazer escola neste PS de Sócrates é a táctica de tentar passar por vítima inocente depois de ter causado o mal. O deputado Ricardo Rodrigues lamuriou-se da «insuportável violência psicológica» das perguntas dos jornalistas para justificar o furto, à sorrelfa, de dois gravadores. Rui Pedro Soares diz-se torturado por um «julgamento da Inquisição» ao ser confrontado com o seu passado recente. Rodrigues e Soares são o espelho da desqualificação a que chegou este PS. Estão bem um para o outro. Sócrates que o diga. Deposita em ambos uma absoluta confiança»

20 de junho de 2010 às 18:31  
Blogger José Batista said...

A continuarmos assim, receio que, um dia destes, os termos "político" e "vómito" se tornem sinónimos.
Há quem se esforce (voluntária ou involuntariamente) por isso.
Com franco sucesso.

20 de junho de 2010 às 22:36  
Blogger Manuel Brás said...

...feita de lábias lapidárias

Da juventude azougada
nas relações partidárias
brota gentalha estragada
por lábias lapidárias.

Dessa cultura da cupidez,
qual âmago espiritual,
emerge tanta estupidez
da sociedade actual.

21 de junho de 2010 às 11:49  

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