29.4.10

Mercado

.Por João Paulo Guerra

A EXPRESSÃO “o mercado funciona” como “o mercado regula” perdeu todo o sentido embora tenha ganho um enorme significado.
O mercado não funciona e portanto não regula. O que funciona, e à grande, é a especulação. E nas mãos dos especuladores, os destinos de países e de povos parecem barquinhos de papel lançados ao mar no Cabo das Tormentas.

À crise provocada pela delinquência financeira segue-se a crise provocada pelos especuladores. Ninguém o quer reconhecer mas o que está verdadeiramente em crise é o capitalismo. Depois de enterrar de vez toda e qualquer preocupação de índole social, depois de arrasar conquistas sociais históricas, o capitalismo submerge numa imensa crise porque não consegue satisfazer todos os patamares de ganância sem que ele próprio se afunde. (...)

Texto integral [aqui]

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2 Comments:

Blogger GMaciel said...

"Nunca como hoje se percebe tão bem o que queria dizer Almeida Garrett ao falar do número de pobres necessário para fazer um rico"


Ou na prosaica voz de Quino, através da sua personagem Manuel: "ninguém amassa o bolo da fortuna sem fazer farinha dos outros."

Para mim, o problema começou quando o capitalista viu o filho do mecânico do seu automóvel na mesma faculdade do seu. Tanta igualdade incomodou-o.

29 de abril de 2010 às 15:37  
Blogger Bartolomeu said...

O autor levanta a questão, mãe de todas as questões, o capitalismo.
Defino o capitalismo como uma doença galopante, ou uma droga pesada, algo que vitima inexorávelmente quem for apanhado por ela.
Estranho que as "altas competências (capitalistas)" não percebam a falibilidade do capitalismo, que não percebam ser o capitalismo vítima da sua própria dinâmica, da sua própria gula.
Os mercados funcionam e regulam-se, afastados do capitalismo. Dirme-hão... ahhh e tal porque os mercados só se sustentam se existir lucro.
Não concordo, ou seja, é necessário que exista lucro nos mercados, mas um lucro que seja reutilizado na sustentabilidade do mercado e não no seu crescimento com a intenção de gerar mais lucro.
O nosso mercado interno precisa neste momento (e sempre) de protecção e de regulação.
Nada a meu ver que dependa de altas estratégias e engenharias financeiras. Simplesmente, algo que vise reduzir as importações, dinamizar a produção interna e garantir o consumo dessa produção.

30 de abril de 2010 às 09:47  

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