Escutar o 1.º Ministro
Por J.L. Saldanha Sanches
A TRANQUILIDADE com que o legislador previu um regime especial para as escutas ao primeiro-ministro era de muito mau agouro. Parecia prever que seria normal ter primeiros-ministros que iriam estar, mais tarde ou mais cedo, embrulhados nas malhas de uma qualquer escuta.
O pior é que acertou. Mas se perguntarmos quem é que deve escutar o primeiro-ministro a resposta só pode ser uma: ninguém.
Se chegamos ao ponto em que os amigos mais próximos do primeiro se envolvem em crapulosos casos de polícia levando a que sejam escutados e arrastando para a rede do controlo judicial altas figuras do Estado, então, tudo está perdido. (...)
Texto integral [aqui]
A TRANQUILIDADE com que o legislador previu um regime especial para as escutas ao primeiro-ministro era de muito mau agouro. Parecia prever que seria normal ter primeiros-ministros que iriam estar, mais tarde ou mais cedo, embrulhados nas malhas de uma qualquer escuta.
O pior é que acertou. Mas se perguntarmos quem é que deve escutar o primeiro-ministro a resposta só pode ser uma: ninguém.
Se chegamos ao ponto em que os amigos mais próximos do primeiro se envolvem em crapulosos casos de polícia levando a que sejam escutados e arrastando para a rede do controlo judicial altas figuras do Estado, então, tudo está perdido. (...)
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Etiquetas: JLSS
Afixado por: J. L. Saldanha Sanches às 23:50
5 Comments:
Os nossos magistrados não deveriam ter de se preocupar com as eventuais consequências políticas das suas decisões.
O sigilo das investigações, independentemente do calibre dos indivíduos envolvidos, é que deveria ser inviolável e estar abrigado dos apetites mediáticos que profanam a própria justiça.
Esse é o cancro a combater. Quem viola este princípio deve responsabilidades à justiça, ao povo e à própria consciência.
No geral até concordo, "mas se perguntarmos quem é que deve escutar o primeiro-ministro a resposta só pode ser uma: ninguém.
", isso é que não!! De todo.
Até porque, e se não me engano, a Lei diz que ninguém está acima dela.
Ou então sou eu, que não vivo neste mundo...
Mg,
Eu não sei qual foi a ideia do JLSS ao escrever isso, mas é possível que, nesse aspecto, esteja a ser irónico, pretendendo dizer que um P.M. deveria (...), pura e simplesmente, estar acima de qualquer suspeita.
E, além disso, deveria (...) escolher os seus amigos, por forma a que nunca se visse metido nas moscambilhas que eles possam enjorcar.
Boa tarde, chega de paninhos quentes, alguem com uma ponta de cérebro acredita que o Pm não é a cabeça "deste" polvo? alguem pensa que desde a sovenco, este grupo (de crime organizado) rouba, engana e (des)gere o nosso dinheiro? Acredito que os senhores já não queiram gritar e berrar contra este sistema, mas deviam berrar mais que eu (que não assisti ao 25A)...o que voces conquistaram foi-se, devagarinho, apertado nuns tentáculos indecentes...
Subscrevo o comentáro de Pedro Frederico. Eu vivi o 25 de Abril, sei o que mudou, sei o que se pretendia e sei quão pouco nos resta. E não é por isso que me conformo.
Sobre o post, este PM deveria ser muitas coisas, sim, mas não o que, comprovadamente é. Tal como a Justiça, tal como as finanças do país, tal como as políticas de educação... e por aí adiante. Já sobre a nota final, resta-me dizer que nunca votaria Manuel Alegre e não seria agora que mudaria de ideia.
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