30.12.09

Em defesa dos circenses

Por Joaquim Letria

HÁ POR AÍ UMAS ORGANIZAÇÕES subvencionadas para defenderem os animais. Acho muito bem. Nesta época, essas organizações defendem os animais dos circos. No Verão, vão a Pamplona onde elas se despem numa largada já famosa durante a feira de San Fermin e muito apreciada em toda a Espanha, onde nunca se viu tantas portuguesas em pelota.

Devia haver organizações para defenderem as assistentes dos domadores de elefantes que se sujeitam a serem esmagadas, ou atiradas a distância, quando os paquidermes circulam sem os pisar sobre os seus corpos prostrados ou os atiram uns para os outros com as suas ásperas trombas.
Quando era pequeno tiraram-me à força do Coliseu para não ver o corpo destroçado duma “partenaire” a quem um elefante abraçou com a sua tromba agitada pelo ciúme, comentavam os circunstantes. Mas são episódios destes que atraem multidões ao circo, desde o trapezista ou funâmbulo desarticulado no solo, depois da queda, ou o palhaço a fazer-nos rir na noite da morte de sua mãe.

Espero que haja um juiz que se compenetre do risco do mau humor dum proboscídeo. Um leão é sempre um animal perigoso e com a tromba dum elefante não se brinca!
«24 horas» de 30 de Dezembro de 2009

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