13.11.09

“Já V. Exas. deram cabo das Forças Armadas”

Por Joaquim Letria

ESTÁ NA MODA desprezar os militares. Mas para arriscar o pêlo numa missão de paz vão os militares e não os pacifistas. Tal como para salvar um pinhal ou um eucaliptal, quem arrisca a vida são os bombeiros e os militares, e não os ecologistas. Assim como para ajudar a população civil numa catástrofe trazem-se os militares e as Forças de Segurança.

Estes políticos humilham o militar e impedem a sua capacidade de progressão com mais eficácia do que a torpeza antiga de rir do amor à Pátria, do conceito de honra e do sentido de serviço e disciplina, irrecusáveis para quem veste um uniforme. Também é moda ofender quem defende valores que deixaram de ser respeitados.

Os chefes militares mostram uma cuidada educação ao transformarem em moderadas queixas aquilo que deveria ser “uma sincera exposição das circunstâncias”. Porque estas, verdadeiramente, são as dos barcos não navegarem por falta de combustível e sobressalentes, os aviões não voarem por não haver dinheiro e o armamento não servir para nada porque é obsoleto.

As circunstâncias reais e verdadeiras são também a dos militares não poderem protestar, nem manifestar-se, nem convocar greves, nem levantar a voz, nem ameaçar com represálias nem provocar desordens sociais e terem de acatar o que lhes venha de cima. Talvez um dia possam, em sentido e com cortesia, dizerem aos políticos: ”Muitos parabéns! Já V. Exas deram cabo das Forças Armadas!”

«24 horas» de 13 de Novembro de 2009

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1 Comments:

Blogger António Viriato said...

Depois de terem acabado com o serviço militar obrigatório, por pura demagogia, cedendo à pretensão leviana das suas organizações juvenis, os Partidos, em geral, deram em diminuir as Forças Armadas, rebaixando-lhes o Estatuto Social e o nível remuneratório.

Mas gostam delas para «botar figura» nos areópagos internacionais, nas cerimónias oficiais, nos desfiles a que assistem das suas subidas tribunas.

Melhor fora que perdesnsem alguns minutos a escutar e a meditar as fórmulas de juramento que os militares proferem, nos seus compromissos publicamente assumidos com a Nação a que pertencem.

Para alguns destes modernaços políticos, as palavras ouvidas devem soar-lhes a orações de cavaleiros medievais, em vésperas de batalha, tão distantes as suas cabeças delas se hão-de achar.

Mas nunca fiando, meus caros, porque é para os Militares que todos se voltam quando tudo o resto arde...

15 de novembro de 2009 às 02:25  

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