30.9.09

Uma comunicação lamentável

Por Alfredo Barroso

O PRIMEIRO-MINISTRO tinha razão: o caso das escutas era um «disparate de Verão» que se prolongou pelo Outono e atingiu agora o seu clímax com esta extraordinária declaração do Presidente da República.

Suspeito de que foi a Lisbeth Salander, a famosa hacker sueca da trilogia «Millenium» (de Stieg Larsson), que se introduziu nos computadores da Presidência…

Agora a sério: nunca imaginei que um Presidente da República fosse capaz de fazer uma comunicação ao país tão ridícula e lamentável. Amalgamou tudo, fugiu ao essencial e agarrou-se a um episódio irrelevante para desculpabilizar as «fontes» da sua Casa Civil e o jornal «Público». Foi inacreditável.

Em suma: a montanha pariu um rato. O grande estabilizador transformou-se no grande perturbador. Decididamente, o prof. Cavaco tem mais jeito para esfinge e mais queda para tabus. Com um Presidente assim, somos nós que não nos sentimos seguros.
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NOTA: Esta e outras crónicas do autor estão também no seu blogue Traço Grosso.

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5 Comments:

Blogger Táxi Pluvioso said...

Um pateta este Cavaco. Mas admiro aquela fama de sábio que acumulou, sendo professor, também é mais fácil. Os universitários são idiotas e embasbacam com qualquer coisa.

Afinal não foi uma assopradela, de um assessor, para um jornal, mas um homem na sua eterna interrogação.

30 de setembro de 2009 às 10:16  
Blogger Eduardo Ramos said...

Parece que vivemos num pais revista cor-de-rosa, não é?
Sinceramente.
Espreite o meu blog para algo um pouco mais ácido.

30 de setembro de 2009 às 10:56  
Blogger R. da Cunha said...

É vulgar o CMR escrever que, dada a demora nas respostas a um qualquer passatempo, vai tomar um cafezinho. Tudo me leva a crer que reside para as bandas da Av.ª de Roma (se não nela mesmo). Pois bem: não terá assistido, de longe, bem entendido!, à conversa do jornalista do Público com o assessor do PR, e à entrega que este fez àquele do 'dossier' das escutas? Conte lá isso! Já não peço a foto, que isso seria crime.

30 de setembro de 2009 às 19:22  
Blogger rc said...

Em primeiro lugar devo concordar que a declaração do PR foi mal engendrada.
Não disse aquilo que queria ter dito nem desdisse o que devia ter desdito. Ficou-se pelas meias tintas que não dão em nada.

Agora, querer fazer como os nossos brilhantes “comentadores” que só falta chamarem analfabeto ao PR e fazem de conta que nada se passou é, diria, quererem fazer de mim parvo. E lamento, não fazem.
O PR pode não ter dito muita coisa, mas uma disse que não deixa dúvidas. O PM tentou manipular esta campanha e usou o PR para isso. Ou será que se falou nesta campanha dos 4 anos de governação? Não me lembro… Ou será que se falou de propostas concretas para um novo mandato? Não me lembro…
O PM tinha razão???
Bom, recordo que o caso do dia seguinte às eleições não foi nenhuma declaração ao país, apesar de quererem branquear o sucedido, o caso foi a consumação da maior operação de silenciamento de um meio de imprensa neste país “democrático”. Ou somos todos muito ingénuos ou então o processo Prisa-Moniz-Ongoing-TVI, que calou um jornal no preciso momento que antecedeu uma eleições, com MILHÕES de EUROS a circular, foi uma despudorada vergonha! E quem disto é capaz…

A falácia do PM bonzinho incapaz de fazer mal a uma mosca, pode enganar muita gente, mas não pega. E querer mascarar isto com os erros de discurso de Cavaco, é só mais uma fase da Socratização desta dita República!
Avé Socrates!

30 de setembro de 2009 às 22:57  
Blogger Jorge Oliveira said...

Concordo com o comentário do leitor rc, às 22:57.

A brincadeira com o Presidente da República já vai longe demais e os seus autores julgam que os outros são parvos, que não percebem que tudo isto não passa de uma campanha de descredibilização do actual Presidente (em que ele, infelizmente, se deixou cair), a fim de conseguirem eleger, nas próximas presidenciais, novamente um “xuxa” que lhes suporte as negociatas.

O actual Presidente, para eles, é uma pessoa inconvenientemente séria. Dava-lhes muito mais jeito ter na Presidência um finório do género do Soares, que convocava para o Palácio de Belém os magnatas da comunicação social internacional, como o Maxwell, o Murdoch, o Berlusconi (esse mesmo!) e até o Stanley Ho, com o objectivo de constituir uma empresa em parceria com ele (de forma encapotada) e os seus amigos, altos quadros do PS.

É de um Presidente assim que os socialistas gostam. Mas desenganem-se, porque não vão conseguir.

1 de outubro de 2009 às 05:24  

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