19.9.09

PMP

Por João Paulo Guerra

Em matéria de partidos políticos mais vale muitos que um único, ou que apenas dois, bipolarizados numa alternância que mais parece um alterne. Mas 15 – tantos os que concorrem às legislativas – é um exagero. Quantos portugueses serão capazes de traduzir por extenso as siglas MEP, MMS, PPV, PTP, FEH? E quantos sabem por que razão concorre o PPM à Assembleia da República? Ou quais as expectativas eleitorais do POUS?

A QUESTÃO QUE AGORA SE LEVANTOU em campanha é que pelo andar da carruagem os portugueses não sabem e jamais saberão, porque os 10 micro-partidos não são tratados em igualdade de circunstâncias com os grandes. A verdade é que os portugueses sabem tanto sobre o número e nome dos partidos que compõem e Frente da Terra com o Humanismo, como saberão os programas dos dois partidos de alta competição ou as propostas concretas dos três Pequenos e Médios Partidos (PMP). A chamada comunicação social trata os partidos de forma desigual, usando critérios jornalísticos, mas alguém imagina o que seriam debates de 15 partidos, rondas atrás de 15 campanhas – a maior parte das quais de iniciativas às moscas –, debates cruzados, todos contra todos, entre 15 candidaturas, o que levaria a quase tantas jornadas e jogos como a primeira volta do campeonato de futebol?

Nem sequer há ideologias ou opinião pública para tanto partido. O que há é interesses, pessoais e de grupo, capelinhas. E uma lei permissiva para a criação de partidos que nem sempre é cumprida. Há um partido que se constituiu, não reunindo o número mínimo legal de apoiantes, mas comprando as dívidas de uma sigla anterior que depois modificou. A representação das minorias é própria da democracia. A proliferação de ranchos é do domínio do folclore.

«DE» de 17 de Setembro de 2009

Etiquetas: ,