24.9.09

Memórias achadas

Por C. Barroco Esperança

A CERTEZA do encontro não atenuou o pasmo da chegada e a emoção da despedida num dia de Agosto que começou tarde demais e depressa se findou.


Aquele olhar carregava quatro décadas e meia de separação. Quem pensa que a ausência é esquecimento? É a memória fechada no baú do tempo e a separação um laço forte em estado de gravidez sem previsão do termo.

Saiu-lhe da carteira um artigo de jornal com uma foto, dobrada e tão puída, que logo se desfez por entre os dedos como um vestido de seda preso nos espinhos de um silvado.

Quando dobrou o papel, pelos vincos rasgados, ele afastou o olhar para ocultar o efeito atordoador da surpresa, naquela forma natural, capaz de reacender as brasas da paixão que o tempo não apagou. (...)

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