27.7.09

Finanças Big Mac

Por Joaquim Letria

NÃO DEVE HAVER muitos portugueses que confiem em banqueiros nem em políticos financeiros. Eu não tenho ideia formada sobre essa pandilha. Mas sei que quem me diz o que quero saber é o Big Mac, aquele hambúrguer que é um indicador mais preciso do que o par de indicadores na cabecinha de Manuel Pinho.

O Big Mac é um indicador atípico e infalível que economistas escolheram para medir as finanças e a economia sem enganos. Em vez de usarem o antigo “cabaz das compras”, o inventor do Big Mac foi buscar a carne, o trigo do pão, a mão de obra diversificada, a manteiga do molho e os vegetais do acompanhamento para criar um índex bastante fiável.

A tal ponto é assim que o prestigiado semanário “The Economist” usa esse índice para nele basear a teoria da paridade do poder de aquisição em diversos países, calculado não sobre um pão de trigo e carne de vaca, mas à volta do conceito simples do Big Mac, com ingredientes e critérios de laboração a fazer a diferença do preço e do valor nas diferentes moedas.

Para se avaliar o Big Mac, basta dizer que nos Estados Unidos um Big Mac é vendido à média de 3,75 dólares, enquanto na área euro o mesmo hambúrguer custa 4,62 dólares (isto é, com o euro sobreavaliado em 29%), na Noruega a 6,15 dólares e na China a 1,83 dólares. Moral da história, segundo o Big Mac: o custo de vida na Europa está demasiado elevado.

Só confirma o que já sabíamos! Vamos a um Big Mac?!

«24 horas» de 27 de Julho 2009

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