23.7.09

Autárquicas - Lisboa

Por C. Barroco Esperança

ADMITO QUE O ELEITORADO da capital seja masoquista e queira reincidir em Santana Lopes. Se é promessa, paciência. O País já pagou um preço elevado com a sua passagem pelo Governo que, na pressa da fuga, à revelia de eleições, Durão Barroso lhe endossou.

Na Figueira da Foz e em Lisboa, Santana acumulou passivos que levarão anos a saldar mas, se é curta a memória e grande o desejo de perdão, que podem fazer os democratas, que recusam ditaduras, mesmo por curtos períodos de seis meses sonhados por Manuela Ferreira Leite?

Compreendo que António Costa, um dos mais bem preparados políticos da sua geração, queira poupar Lisboa aos desmandos do santanismo e a sua carreira política à travessia do deserto, mas não acredito que o acordo com Helena Roseta (HR) lhe traga mais votos salvo, eventualmente, o dela e o de Manuel Alegre. (...)

Texto integral [aqui]

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5 Comments:

Blogger Marco M. said...

O voto do Manuel Alegre já era do António Costa. Nunca retribuiu o apoio da sua copaine nas presidenciais.

23 de julho de 2009 às 15:56  
Blogger Jorge Oliveira said...

Eu não tenho nenhuma simpatia especial por Santana Lopes (ele apoia o Acordo Ortográfico...), mas onde é que ficou demonstrado que a passagem dele pelo governo obrigou o país a pagar um preço elevado? Teve tempo para tanto?

Que a passagem de António Guterres e de Durão Barroso (no total foram oito anos perdidos) pode ter tido esse efeito pernicioso, parece razoável admitir. E muitos dos observadores só não dizem o pior de Guterres porque o homem é socialista, por definição, um iluminado...

Claro que quem quiser pode acreditar na inventona do défice de 6,83% imputado a Santana por um governador do Banco de Portugal, que agora se provou ser um desgraçado incompetente, e que em 2005 se prestou a fazer o jeito ao camarada Sócrates, favor agora devidamente retribuido.

Se Santana não presta, as alternativas são melhores !? Nada de ilusões.

23 de julho de 2009 às 18:42  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Tal como nas europeias, está-se a tentar transformar as autárquicas num voto de apoio ou rejeição ao governo e ao PS.

Então como é?

Se eu votar na lista em que a H. Roseta figura (porque confio nela), vêm depois dizer-me que eu, afinal, apoiei Sócrates?
Ou que apoiei Costa na possível corrida para a chefia do PS?!

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Vamos ao que interessa, e falemos de Lisboa e dos seus problemas REAIS:

Falemos, p. ex.:

De passagens de peões onde morre gente (porque, entre outras coisas, não são pintadas);

de ecopontos que, dia após dia, não são esvaziados;

da EMEL e da PM que parece que andam a brincar;

dos grafitos;

das ruas atapetadas de jornais;

dos jardins transformados em esterqueiras;

dos parquímetros avariados, há anos, e em avenidas inteiras;

dos passeios, das faixas BUS e das paragens de autocarros cheios de carros (por vezes até das 'autoridades'!);

do estacionamento em 2ª e 3ª fila (!), mesmo ao pé de parques de estacionamento 'às moscas';

da polícia que nunca aparece quando se precisa dela

etc, etc.

Nesses aspectos - que são o que inferniza o dia-a-dia do lisboeta - alguém nota alguma diferença entre A. Costa e qualquer dos seus predecessores?!

O que é que interessa ao lisboeta-comum se Santana foi ou não bom primeiro-ministro?
Ou se deixou um défice de 1 ou de 10%?!

O que ele quer é alguém que conheça e ame a cidade (e, já agora, não vá morar para fora dela...)

23 de julho de 2009 às 19:07  
Blogger Jorge Oliveira said...

Tens muita razão, Medina.

O António Costa não faz diferença nenhuma dos antecessores e já teve tempo para o revelar.

Além disso, é óbvio que está a reservar-se para substituir Sócrates à frente do PS quando ele perder as eleições e for afastado da direcção do partido.

Santana também tem sempre a cabeça noutros projectos, o que nos mostra que nenhuma das soluções tem a necessária solidez. Ganhe qualquer deles e estamos tramados em Lisboa.

23 de julho de 2009 às 19:31  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

As câmaras municipais têm servido de trampolim para outros voos.
Sampaio foi o caso mais extremo, mas não esqueçamos Fernando Gomes - e veremos Rui Rio, a seu tempo...

Na CML também se prepara algo semelhante:

Um bom resultado de Santana será usado internamente contra Ferreira Leite; e uma vitória de A. Costa será usada numa eventual era pós-Sócrates.

E o pagode... será usado por ambos.

23 de julho de 2009 às 21:35  

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