29.6.09

Ardósia da minha infância

Por A. M. Galopim de Carvalho

PARA ALÉM do granito que conheci ao sentar-me nele, na soleira da porta da casa da minha avó, na rua de Frei Brás, em Évora, a pedra com que privei de perto foi a ardósia, uma espécie de xisto compacto que se deixa laminar permitindo talhar aqueles delgados rectângulos emoldurados, a que chamávamos, simplesmente, pedra, e nos quais as crianças da minha geração aprenderam a escrever as primeiras letras e os primeiros algarismos. Esta mesma ardósia ou lousa, aparada para fazer as vezes de telhas, exportámo-la para Inglaterra com o nome de "soletos", um aportuguesamento popular da palavra inglesa slate, com o mesmo significado. Acrescente-se que na ardósia, que todas a crianças levavam para a escola, se escrevia com lápis da mesma pedra, sendo curioso assinalar que lápis, do latim, lapis, quer dizer, precisamente, pedra. (...)

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