28.5.09

Passatempo com prémio (eventualmente) duplo

PROPÕE-SE aos leitores do Sorumbático a discussão do teor desta notícia de hoje (28 de Maio!...), estando previsto um prémio (*) para o melhor comentário afixado até às 20h do próximo domingo, dia 31.
(*) O prémio será um dos livros listados [aqui], à escolha do vencedor. No entanto, ele será acrescido de um outro se, no texto afixado, se usar o título de alguma dessas obras (que deverá ser salientado em maiúsculas ou negrito, p. ex.). O prémio adicional será, precisamente, esse 2.º livro.
NOTA: Quem não tiver conta Google/G-mail poderá concorrer, até 30 minutos antes da hora-limite, escrevendo para sorumbatico@iol.pt.
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Actualização (1 Jun 09/10h50m): depois de muito pensar, o júri atribuiu a seguinte pontuação: R da Cunha.. 3 pontos; Mg.. 2 pontos; Musicólogo.. 2 pontos; Ana Pinto.. 1 ponto. Pede-se-lhes agora que, nas próximas 24h, escrevam para sorumbatico@iol.pt indicando moradas para envio dos prémios. R. da Cunha, como 1.º classificado, poderá escolher um dos livros da lista indicada; os outros irão receber livros de entre os que tenham referido nos seus comentários - podem indicar a sua preferência, mas mais do que um.

15 Comments:

Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Aqui fica uma "dica" para lançar a discussão:

O tema do voto obrigatório tem sido muito analisado, até porque existe em alguns países (como, p. ex., a Itália e a Bélgica) e com resultados bem conhecidos - as conclusões, que se saiba, têm sido sempre as mesmas:

Os eleitores mais militantes votam sempre (quer o voto seja obrigatório ou não).
E como, na maioria dos países, esses são os eleitores mais à esquerda, o voto obrigatório costuma favorecer a direita.

O facto de esta pretensão vir de alguém do PS é que devia ser notícia...

28 de maio de 2009 às 18:06  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

2ª dica:

Perante a baixíssima qualidade da classe política actual, os eleitores tendem a afastar-se.
No caso das eleições, isso traduz-se pelo aumento da abstenção. É uma verdade de La Palice...

Carlos César, pelos vistos pouco ou nada interessado em escarafunchar as causas desse descrédito, quer atacar as consequências, obrigado a votar aqueles que pessoas como ele ajudaram a desmotivar (lembremo-nos da sua actuação a propósito do novo Estatuto dos Açores).

28 de maio de 2009 às 18:11  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

3ª dica:

Não esquecer que a lei do financiamento dos partidos prevê uma verba (mais de €12) a atribuir aos partidos por cada voto que recebam.

28 de maio de 2009 às 18:14  
Blogger Unknown said...

só uma nota,

"2 - A subvenção consiste numa quantia em dinheiro equivalente à fracção 1/135 do salário mínimo mensal nacional por cada voto obtido na mais recente eleição de deputados à Assembleia da República."

http://www.parlamento.pt/Legislacao/Paginas/LeiFinanciamentoPartidosPoliticosCampanhasEleitorais.aspx#art5

28 de maio de 2009 às 22:04  
Blogger DL said...

Se o voto for obrigatório, também deve ser obrigatorio possuir o grau de licenciado para se ser presidente do governo regional dos açores.
Com este espero ficar em primeiro lugar :)

28 de maio de 2009 às 22:46  
Blogger ROSA BRAVA said...

Já nos chegam as obrigações todas que temos...e mais esta agora para tapar o desespero de quem vê o poder a fugir-lhe. Podem obrigar-me a votar, mas não vão conseguir apurar o meu voto!

28 de maio de 2009 às 23:45  
Blogger R. da Cunha said...

Para mim, o voto é um direito e um dever. Voto em tudo que me é permitido, para além do voto político: desde a Ordem ou sindicato a que pertenço, ao clube, às mais diversas associações onde me encontro inscrito, aí estou eu. Nem sempre estou devidamente informado sobre o que está em causa e muitas vezes não conheço os "votados". Aí, voto branco ou nulo. Mas vou lá!
Admito, no entanto, o direito ao não-voto, ainda que a abstenção pode ter diversas explicações e a sua análise ser, assim, incompleta ou errónea. No caso em apreço, "voto" pela obrigatoriedade, pois ficamos todos a ganhar. Desde logo, os partidos, que empocham mais uns milhares; depois o Estado, por ir cobrar umas coimas aos faltosos; também os médicos nossos amigos podem beneficiar, pela passagem de atestados que justifiquem a nossa falta (convém que os médicos se assegurem que a gente não tem um carimbo no passaporte com data do acto eleitoral). Tudo em prol da economia e do desenvolvimento do país, como se vê.
Bolas, o que os partidos devem fazer é "convencer" o eleitorado da bondade das suas propostas, esclarecerem sobre o que está em jogo, falarem verdade, prometerem apenas o que podem, em princípio, cumprir, e justificarem, devidamente, os desvios que possam ocorrer. Credibilizem-se e responsabilizem-se, de modo a convencerem o "povo" a não faltar às urnas.
Por que raio há-de um cidadão ser obrigado a votar se essa for a sua vontade?

28 de maio de 2009 às 23:47  
Blogger ana pinto said...

Este comentário foi removido pelo autor.

29 de maio de 2009 às 00:03  
Blogger ana pinto said...

Esse cenário hipotético em que 100% dos portugueses seriam OBRIGADOS a ir ás urnas…
100% não! 90%! Porque 10% apresentaria atestado médico!
90% não! 80%! Porque 10% invocaria o artigo XPTO por morte de familiar ou coisa parecida!
80% não! 40%! Porque 40% fariam objecção de consciência, por não confiarem na classe política!
Pronto… 40%! Que são os que já votam!
Ainda assim… supondo que os 60% que não se dão habitualmente ao trabalho de ir votar o fizessem e se manifestassem com o voto nos políticos em quem confiam o resultado eleitoral seria extremamente interessante!
MAIORIA ABSOLUTA PARA… … …. NINGUEM! Iupi!
Talvez dessa forma se conseguisse:
1 - Pôr o José Sócrates a “PAGAR O PREÇO DA INCOMPETENCIA”.
2 - A Manuela Ferreira Leite a pensar em “COMO FAZER A GUERRA” política.
3 - O Paulo Portas num “ARQUIPÉLAGO” (talvez a ver passar submarinos)
4 - O Miguel Portas a “VIVER NUMA REPUBLICA DE ESTUDANTES DE COIMBRA” a experimentar “A ERVA AMARGA”
5 – (É pena que o Júlio Verne não tenha escrito um livro intitulado “a volta ao universo em 2 000 000 de dias”! Dessa forma eliminar-se-iam os 4 pontos anteriores!)
6 - E talvez assim todos os portugueses tivessem um “PASSAPORTE PARA O CEU” onde até agora só estiveram os políticos!
…e quem sabe se o resultado de umas eleições assim não seria uma democracia?! (verdadeira!)
(está certo que uma eleição assim partiria de uma OBRIGAÇÃO pouco democrática! Mas era por uma boa causa! Hehe)

29 de maio de 2009 às 00:06  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Atenção ao que é dito no enunciado:

Embora isso não afecte a classificação final, se o vencedor referir um ou mais títulos da lista poderá ganhar 2 livros em vez de 1.

O livro adicional será, precisamente, um dos que tenha referido (em maiúsculas, p.ex., para destacar)

29 de maio de 2009 às 10:35  
Blogger Luis Melo said...

Quando Manuela Ferreira Leite gracejou a propósito de suspender a democracia, para colocar o país nos eixos, caiu o Carmo e a Trindade.

Carlos César, presidente de um Governo regional e membro do Conselho de Estado, diz uma barbaridade destas, e... não ouço nada...

29 de maio de 2009 às 12:02  
Blogger dana_treller said...

Diziam-me sobre a democracia, quando me tentaram explicar o conceito: "é viver em liberdade, respeitando a liberdade dos outros, tendo noção de que a nossa liberdade termina onde a dos outros começa, uma vez que vivemos em sociedade".

O direito ao voto é um DIREITO e não um DEVER - que, como CARA OU COROA de uma mesma moeda, podem parecer semelhantes, mas são na sua essência diferentes, e o que os diferencia é precisamente a Liberdade de cada um de nós. A mesma liberdade que serve como base ao conceito de democracia que algures durante a minha formação me incutiram...

Brincam os fantoches no teatro parlamentar, que de tanta farsa encenar se perderam dos conceitos que juraram defender... E quem é que mais perde com a confusão de tão maus actores? É, como sempre foi, o Zé Povinho, meu senhores!

30 de maio de 2009 às 23:40  
Blogger Mg said...

Pelos vistos, Carlos César acabou de ler José Saramago e quer testar agora, no terreno, se os acontecimentos do Ensaio sobre a Lucidez se reproduzem na vida real.

Penso que a nossa legislação não o permite, mas, se o (vier a) permitir, talvez Carlos César queira indicar o "seu" ARQUIPÉLAGO para projecto-piloto do voto obrigatório!

Sim, porque ideias um tanto ou quanto disparatadas, necessitam primeiro de ser postas em prática numa escala mais reduzida, para que os seus efeitos não sejam, em primeiro lugar, demasiado nefastos e, em segundo, de difícil resolução.

E disparatada porquê? Por várias razões.

Porque surge num momento complicado, de algum descrédito dos nossos governantes e descrença dos Portugueses em dias melhores.

Porque ninguém gosta de ser obrigado a fazer nada, muito menos a tomar parte num processo ao qual somos mais ou menos indiferentes, na medida em que, no fundo, todos os concorrentes são iguais. Obrigação, apenas e só a de pagar impostos, e isto se não nos conseguirmos livrar do Fisco..

Porque seria pior a emenda que o soneto.

Se Portugal é um país relativamente abstencionista, é-o por alguma razão.
Porque não há "cumplicidade" entre eleitores e eleitores, não há crença, não há esperança.

Obrigar os eleitores Portugueses a votar iria conduzir a uma de duas coisas:
1- Uma percentagem de votos brancos ou nulos nunca vista, e aí, sim, seria conveniente todos lerem a URDIDURA de Saramago, dado que Lisboa rodeada de um muro e tanques de guerra não é um cenário muito agradável ("legitimidade das decisões e defesa da democracia", diz César. Quero ver como ficam esses conceitos com 60% de votos em branco..) ou;
2- Visto que a desilusão é tanto maior quanto maior é o Partido, e dado que o Governo do país é repartido, basicamente, entre os 2 maiores Partidos, verificar-se-ia um aumento do "voto de protesto": um voto nos partidos políticos de menor expressão, como forma de castigar eleitoralmente os partidos maiores.
E quanto a isto, não me parece que PS e PSD estejam muito receptivos.

A questão da obrigatoriedade do voto como forma de aumentar a subvenção Estatal a que cada Partido tem direito parece-me uma falsa questão.

Se for para aumentar o valor da subvenção, de certeza absoluta que se arranja uma invulgar unanimidade em sede de Assembleia de República para votar uma qualquer Lei nesse sentido, que com o beneplácito do Presidente da República, rapidamente seja posta em prática.
Portanto, não será por aí...

Parece-me que foram declarações precipitadas por parte de Carlos César, que rapidamente serão votadas ao abandono.

É que, sinceramente, não estou a ver os Portugueses a acordar pel´AS MADRUGADAS dos dias de Eleições para estarem ás 8 em ponto na Assembleia de Voto, de forma a evitar as filas que, como é natural que suceda, se irão formar lá mais para o final.
Aumentarão os casos súbitos de doença, tal e qual naqueles dias em que, por força de um feriado ou outro, acaba por se arranjar uma "ponte", "adoecendo" à Segunda ou à Sexta-Feira.

Parece estar a fazer-se uma grande confusão entre o que é um direito e o que é um dever.
E votar, é, essencialmente, um direito! Só é dever para quem o considera assim.

Que se misturem, na teoria, os conceitos, não me faz muita diferença.

Agora, quererem trocar o meu direito ao voto por uma obrigação de votar é que não me parece bem.

Eu tenho direito a Saúde, Educação, Emprego, Reforma (quando lá chegar), Segurança e Justiça.
Quando o Estado considerar que esses itens deixam de ser direitos meus e passam a ser DEVERES seus, ininterruptos e garantidos na plenitude do seu alcance, aí sim, obriguem-me a votar.
Até lá, se em dia de eleições me apetecer simplesmente ficar em casa, ir à praia ou ao café beber uns copos com os amigos, fá-lo-ei.
E que a minha ausência nas estatísticas seja entendida como quiserem.

Porque os direitos exercem-se se e quando os quisermos exercer.
Mais que isso é deturpar valores subjacentes ao 25 de Abril.
Haja liberdade! Pelo menos, para ficar em casa, em sinal de protesto...

31 de maio de 2009 às 11:28  
Blogger Mg said...

Onde se lê «Porque não há "cumplicidade" entre eleitores e eleitores», deverá ler-se «Porque não há "cumplicidade" entre eleitores e eleitos»

E, já agora, não é "ás 8 em ponto", mas "às 8 em ponto"...

31 de maio de 2009 às 11:36  
Blogger Musicologo said...

O que esta gente pretende são FICÇÕES, como se numa democracia fosse possível obrigar alguém a fazer seja o que for! O direito a votar implica necessariamente também o direito a não votar. Assim se consuma a existência de democracia, cada um poder expressar a sua opinião. E se a minha opinião é que entendo que a não quero expressar é tão válida como qualquer outra. Obrigarem-me a dar uma opinião que não tenho ou não quero é coacção. No máximo dos máximos obrigar-me-iam a votar em branco, nulo, ou então a favorecer um partido indevidamente... e se eu for anarquista? Mais, na democracia deveria estar previsto tal paradigma (lembrando um velhinho jogo de computador): Anarquia - ausência de governo. Já defendi que votos em branco deveriam corresponder a lugares vazios. Talvez abstenções devessem corresponder a ausências governativas, isto é, ganhando a abstenção instaurava-se uma anarquia (o voto expresso maioritário) até que novas eleições possibilitassem a obtenção de um governo que a maioria das pessoas realmente quisesse. Quem diz que as pessoas querem ser governadas?

Podem-me acusar de querer fazer do país uma REPÚBLICA DE ESTUDANTES DE COIMBRA, mas a verdade é que teoricamente são hipóteses teóricas válidas, mesmo que não fossem muito viáveis para o futuro de um país.

31 de maio de 2009 às 17:00  

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