28.2.09

Violência

Por Alice Vieira
AINDA HOJE ME LEMBRO dos gritos dela. Vivia no andar acima do meu, mas mal a conhecia. Eu chegava tarde do jornal; ela chegava ainda muito mais tarde de um qualquer trabalho que eu não sabia qual era; eu saía muito cedo para apanhar o comboio para Lisboa, ela ainda ficava.
Havia noites em que o choro e os gritos se ouviam na praceta inteira. Nós vínhamos à janela, olhávamos uns para os outros, e não sabíamos o que fazer.
A polícia, sempre tão presente quando os clientes do bar ao fundo faziam mais barulho do que deviam, inexplicavelmente estava sempre distraída quando, daquele terceiro andar, rebentavam os gritos, as imprecações dele, e o barulho de vidros e louça que se partia. (...)
Texto integral [aqui]

Etiquetas:

2 Comments:

Blogger O Puma said...

Com o devido respeito

mas parece

um relato àcerca do congresso do p.s.

28 de fevereiro de 2009 às 19:25  
Anonymous Anónimo said...

É de facto algo que não se consegue entender. As pessoas têm o dever de participar à polícia sempre. Mas vivemos numa sociedade que é egoísta demais para fazer o que quer que seja pelos outros. É triste.
Eu denuncio.

Cumprimentos

1 de março de 2009 às 23:27  

Enviar um comentário

<< Home