21.1.09

'Wishful thinking'

A PROPÓSITO da eleição de Obama, alguns blogues (entre os quais se destaca o Blasfémias) estão cheios de posts a garantir que os apoiantes do novo presidente vão ver muitas (ou a maior parte) das suas expectativas frustradas.
E isso faz-me lembrar o que, em tempos (decerto antes da invasão da Baía dos Porcos...), respondeu Fidel Castro quando lhe pediram a sua opinião acerca de Kennedy (cito de memória):
«É capaz de ser uma excelente pessoa, mas sucede que é o presidente dos EUA…»
Evidentemente, também o actual não fará muito daquilo que os seus apoiantes gostariam que fizesse. Porventura, ele mesmo se sentirá, e não poucas vezes, frustrado. Mas a verdade é que (e neste caso, mais do que em qualquer outro) a função condiciona a pessoa, amiúde se sobrepondo à sua vontade.

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4 Comments:

Blogger Carlos Antunes said...

Muito bem dito, Carlos.
O homem mais poderoso do mundo nunca estará sozinho nesse posto.
Além de todos os Senadores, conselheiros, vices e demais adjuntos que em torno dele orbitam e influenciam, ainda há que ter em consideração a própria essência da política: o povo (ou as suas manifestações nas sondagens melhor dizendo) é que regem a vida política de um país.
Se Obama rasgar com uma série de erros habituais à política dos EUA, acho que já será muito bom.
E, claro, até lá, dar-lhe sempre o benefício da dúvida.

21 de janeiro de 2009 às 18:02  
Blogger rc said...

Obama tem uma tarefa dificil, já que entre o seu dom para discursar e a sua capacidade de saber/querer/poder executar o que diz, vai uma enorme distância. Pelas vicissitudes do lugar, do estado das coisas e até das suas próprias capacidades (é humano!)

O pais na bancarrota, também não ajuda.

Por outro lado, é preciso aliviar-lhe a pressão, dizendo por exemplo que é muito fácil fazer melhor que Bush. Errar tanto como o seu antecessor será dificil.

Tenho esperança nas suas capacidades de liderança sobretudo. De motivação de um pais que é preciso bem vivo para a boa saúde do mundo.

21 de janeiro de 2009 às 18:36  
Blogger R. da Cunha said...

A fasquia está muito alta e qualquer pequeno deslize, no início, poderá vir a condicionar a sua governação. Durante a campanha eleitoral não podia prever, como ninguém podia, que o mundo estivesse como está hoje. Trabalhos de Hércules, o de Obama.

21 de janeiro de 2009 às 18:55  
Blogger Ricardo Sardo said...

Partilho das reticencias e das duvidas, mas nao estaremos a ser um pouco "velhos do restelo", excessivamente pessimistas?
Nos blogues, vejo que a Direita nao acredita nele, enquanto que a Esquerda acredita fervorosamente que Obama será o salvador. Mas não haverá aqui um meio termo, ponde possamos situar-nos, um meio termo entre o pessimismo exarcebado e a cegueira?
Cumprimentos.

21 de janeiro de 2009 às 23:39  

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