30.1.09

Raul Brandão - Passatempo com prémio duplo

NA MESMA LINHA dos passatempos que aqui se fizeram a propósito de Erico Veríssimo, Eça, Camilo e Aquilino, aqui fica este:
«Se tivesse de recomendar um livro de Raul Brandão a alguém que nunca tivesse lido nada dele, qual escolheria - e porquê?»
A Livraria Santiago oferece um exemplar de «Os Pobres» e outro de «Impressões e Paisagens» (Ed. C.L.) aos autores das duas melhores respostas que sejam dadas até às 20h da próxima terça-feira, dia 3 Fev 09.
Actualização-1 (4 Fev o9/9h35m): ouvidos os elementos do júri, o resultado foi: António: 2 votos; Anjac e Tânia: 1 voto cada. Como foi possível arranjar um prémio adicional («Pescadores», livro de bolso das P.E.A.), será preciso fazer o seguinte: os três deverão escrever para sorumbatico@iol.pt, nas próximas 48h, indicando morada e dizendo qual dos 3 livros preferem. A prioridade será dada à escolha de António, e os outros 2 serão atribuídos por "ordem de chegada".
Actualização-2 (18h50m): Neste momento, só falta que Tânia indique morada para envio. Poderá receber 1 ex. de «Pescadores» ou de «Húmus» - à sua escolha.

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7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

A melhor forma de alguém que nunca leu Raul Brandão começar a lê-lo é pelo livro de banda desenhada O Diário de K. de Filipe Abranches que adapta o livro A Morte do Palhaço.
Está repleto de imagens fortes e sintetiza muito bem a ideia (de uma parte) da história original.
Mas por a sintetizar, também deixa muito por saber e impele o leitor a saltar para o livro de Raul Brandão logo de seguida.
É uma entrada fácil no seu universo desta forma a dois tempos, com a ajuda visual tão querida no mundo actual.

30 de janeiro de 2009 às 18:02  
Blogger Pedro said...

Para quem nunca leu Raul Brandão recomendo vivamente a obra que tem o titulo Os Pescadores.
Penso que é uma obra que retrata bem a vida dos pescadores, esta escrita de uma forma simples de facil compreenção e que nos deixa a navegar tal e qual como os pescadores mas no nosso caso a navegar agarrados ao livro e bem sentadinhos no sofá.
Eu adorei

2 de fevereiro de 2009 às 19:55  
Blogger mariazita said...

Quais serão os meus sentimentos relativamente a esta "obra" de informação, opinião, análise, discussão, etc, etc chamada Sorumbático e da qual eu já não abdico?
Como diria Raul Brandão in "Os Pescadores": Eu por mim adoro-a.

3 de fevereiro de 2009 às 01:11  
Blogger Carla Simões said...

A obra que recomendaria para iniciar uma leitura de Raul Brandão, não é de todo uma obra de leitura fácil, mas é na minha opinião uma excelente obra, principalmente para aqueles que pretendem conhecer um pouco mais a história do seu próprio país.
Assim, a minha escolha recairia sobre o Tomo I das “Memórias” de Raul Brandão, sendo este o ponto de partida para o leitor se sentir motivado a ler o Tomo II.
Esta obra que funciona como testemunho de um tempo, de um espaço e de uma sociedade, apresenta mais concretamente o ambiente histórico-cultural dos últimos tempos da Monarquia e encontra-se dividida em quatro partes essenciais: “Algumas figuras”, “Pó da estrada”, “A Sociedade Elegante” e “O Mundo Político”, antecedidas por um prefácio.
Na minha opinião as “Memórias” são um verdadeiro tesouro que Raul Brandão legou aos vindouros, oferecendo-lhes um discurso com extraordinário valor testemunhal e documental, tornando-se importantíssimas para quem tem curiosidade em conhecer mais aprofundadamente a história do seu país.
Assim, na primeira parte da obra o leitor poderá ficar a conhecer os retratos de algumas personalidades do panorama literário e também de outras personalidades do mundo das artes, do teatro, do jornalismo e da política do princípio do século XX. De realçar que Brandão ao proceder à apresentação destes retratos, realça o idealismo e pureza de alguns em contraponto com a ambição desmedida e a corrupção de outros.
Na segunda parte da obra, o leitor ficará a conhecer os bastidores da política desde 1902 a 1910, através de anotações relativas aos ódios, paixões e rivalidades que originaram o fim da Monarquia e a implantação da República. Assim, durante esta parte Raul Brandão recorda os diferentes partidos existentes e a revolução que parece estar eminente. O autor põe em evidência o ódio que todos parecem ter ao rei D. Carlos e apresenta também o mundo político que surge aqui como um mundo de máscaras em que “é preciso habituar a pele a todas as alfinetadas e afivelar na cara uma máscara perpétua”. Toda esta conjuntura justifica o facto de as massas se afastarem cada vez mais da Monarquia e a urgência em implantar a República em Portugal. Esta última é apresentada como “um problema orgânico de vida ou de morte para Portugal”, para o Portugal fortemente rural e analfabeto da primeira década do século XX. É ainda neste contexto que Raul Brandão apresenta ao leitor o acontecimento capital do primeiro tomo das “Memórias”: o regicídio. Acontecimento esse que é visto por diferentes perspectivas, desde a apresentação de boatos e de documentos até ao testemunho daqueles que assistiram à morte do rei.
Na terceira parte, é feita a apresentação da nobreza da época e a descrição das festas que se realizavam nesse meio. Brandão faz aqui a apresentação dos principais pontos de contacto da sociedade lisboeta – Cascais e o Teatro de S. Carlos – e esboça assim um quadro da dita “sociedade elegante”.
Na última parte das “Memórias” o leitor é confrontado com o fervilhar de intrigas que precedeu a República, dando-se especial relevância à questão do assassinato do rei D. Carlos e às razões que originaram o regicídio.
A forte componente memorialística presente na obra, que abarca quer a memória histórico-política quer a memória pessoal do seu autor, leva-me a considerar essencial a leitura desta obra que nos apresenta o testemunho directo de um homem que não se isolou do seu tempo e que fez o depoimento da época histórica em que viveu, evocando episódios, figuras, boatos, gracejos políticos e sociais.

3 de fevereiro de 2009 às 13:31  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Umas dicas (só para saber se alguém leu - e apreciou, como eu):

1 - A divertida peça «O Doido e a Morte», que vi num teatro de universitários e li em livro, deliciado.

2 - «El-Rei Junot», um interessante relato da 1ª invasão francesa.

3 - «Vida e Morte de Gomes Freire», obra impressionante já aqui referida (e que até foi objecto de um passatempo)

3 de fevereiro de 2009 às 13:42  
Blogger Unknown said...

"Quando regresso do mar, venho sempre estonteado e cheio de luz que me trespassa."
Esta é uma das frases da obra "Os Pescadores", na minha opinião, a sua obra mais interessante. Não por ser uma das mais conhecidas, mas porque o modo como é narrada parece uma pintura repleta das mais belas cores e muita luz, tendo esse facto ocorrido por ter sido publicada num período
de grandes transformações sociais, científicas, tecnológicas e culturais.
Quem quiser ler Raúl Brandão, deverá sem dúvida alguma começar pela obra "Os Pescadores".

3 de fevereiro de 2009 às 14:37  
Blogger Mg said...

Porque, tal como no cinema ou teatro, há leitores ( e espectadores) para todos os tipos artísticos, e fugindo (talvez demais, quem sabe...) ao que seria convencional, talvez optasse por um romance: Humus.
Um romance, eventualmente, um tanto ou quanto dificil de acompanhar, mas rico em linguagem e que, concerteza, será capaz de surpreender os leitores e levá-los à descoberta da vasta obra deste autor.

3 de fevereiro de 2009 às 19:30  

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