25.1.09

Questões de clima

Por António Barreto
O CLIMA ESTÁ INSUPORTÁVEL. Não o da chuva e do vento, da neve e do gelo. Para esse, há remédios. Mas o clima espiritual. Moral. Político. Como se lhe queira chamar. A crise financeira, internacional e portuguesa, deixou a nu fragilidades e irregularidades. A crise económica, também internacional e portuguesa, só agora começou e semeia já falências e desemprego, mas sobretudo comportamentos incompreensíveis. A crise institucional, ligada à fraude e à corrupção, associa-se dramaticamente às anteriores. Olha-se em volta, à procura de sinais. De optimismo e esperança, para uns. De castigo e autoridade, para outros. Não se vêem. Ou vêem-se mal. Todos se viram para o último reduto, o da justiça, aquele que nem sequer durante a revolução, por pudor ou receio, foi assaltado ou reformado. A expectativa não é satisfeita. A justiça não é pronta. Não é eficaz. Não parece isenta. Não mostra pertencer ao seu povo. Foge ao escrutínio. A sua autogestão sobrepôs-se à sua independência. O reconforto que deveria oferecer aos cidadãos não vem dali. Não se vive sem castigo ou recompensa, vegeta-se e faz-se pela vida. A qualquer preço.
(...)
Texto integral [aqui]

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1 Comments:

Blogger Sepúlveda said...

Bem ou mal, tudo o que meta agora emprego ou desemprego ao barulho no sentido de piorar é... "Por Culpa da Crise"! É quase um título de filme de cinema e fornece, aparentemente, justificação plena para o que de pior se faça.

Precisamos de um abanão urgente, ao estilo de Arca de Noé. Os maus morrem e sobram os menos maus.

25 de janeiro de 2009 às 20:40  

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