23.1.09

Aquilino - Passatempo com prémio

NA MESMA LINHA dos passatempos que aqui se fizeram a propósito de Erico Veríssimo, Eça e Camilo, aqui fica este:
Se tivesse de recomendar um livro de Aquilino Ribeiro a alguém que nunca tivesse lido nada dele, qual escolheria - e porquê?
A Livraria Santiago oferece um exemplar de «Uma Luz ao Longe» e outro de «O Servo de Deus / A Casa Roubada» (Ed. Círculo de Leitores) aos autores das duas melhores respostas que sejam dadas até às 20h da próxima terça-feira, dia 27 Jan 09.
Actualização (28 Jan 09/9h25m): ouvidos os dois elementos do júri, o resultado foi o seguinte: "anjac" e "Alex-HAL" receberam 2 votos e "Tuga_man" recebeu 1 voto. Assim, os dois primeiros vão receber os referidos livros de Aquilino, e o terceiro vai receber um livro-surpresa. Obrigado a todos(as)!

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8 Comments:

Blogger Sobolas said...

Aquilino Gomes Ribeiro, Figura Expoente da Literatura no nosso País e curiosamente cuja minha morada é tributo a sua nobre pessoa.

Escolheria o livro "Quando os Lobos Uivam" porque retrata o Regime da Ditadura, como afectava o povo e a luta do povo.

Louvo o facto de até ter sido serie nacional na RTP, mesmo sendo adaptação.

Nunca li "Andam Faunos pelos Bosques", aguçaram-me a vontade. Obg.

23 de janeiro de 2009 às 17:47  
Blogger Carlos Antunes said...

Eu devo ser um saudosista da minha infância e por isso mesmo recomendo o livro que nada tem a ver com o resto da obra do Aquilino.
Ao contrário da maioria da sua obra, exuberante no que toca à linguagem, O Romance da Raposa tem uma fluidez quase cândida com origem na própria oralidade, mas que gera lindíssimas recordações como "quem não trambuca não manduca".
É um romance infantil, sim, daqueles que não colocam em causa a inteligência das crianças nem deixam de parte o "socialmente incorrecto" que os paizinhos tanto temem.
E ao mesmo tempo, se um adulto o ler percebe como ressoa uma crítica discreta ao mundo (sempre) contemporâneo, com os seus jogos de interesses e o chico-espertismo de que o Sorumbático tanto tem falado!
Ideal para que quem nunca leu Aquilino Ribeiro se retire (e aos flhos) de frente da TV e lhes leia uma história pela noite fora.
E desfrute das, também, magníficas ilustrações que acompanham a escrita.

23 de janeiro de 2009 às 18:31  
Blogger R. da Cunha said...

Aquilino é de difícil leitura, hoje ainda mais, pelos regionalismos que utiliza. Li quase toda a sua obra, há muitos anos.
O Malhadinhas, analfabeto e finório almocreve poderia ser uma primeira abordagem.
Quando os Lobos Uivam, retratando uma época histórica do país, seria outra opção.
A Casa Grande de Romarigães, para mim obra maior, ficaria para segunda abordagem.
Este comentário não concorre ao prémio.

23 de janeiro de 2009 às 19:05  
Blogger mariazita said...

Escolheria o Livro: "Quando os Lobos Uivam". Nele Aquilino Ribeiro retratava uma dolorosa realidade da vida rural, os baldios, numa forma que desagradou ao regime actual, pois a coberto da ficção literária estava segundo este a desacreditar as instituições.
Mas a coragem que Aquilino Ribeiro teve para enfrentar com o seu Livro o regime de 1959 é o que mais me fascinou e interessou, pois mesmo nos dias de hoje temos medo de dizer as verdades e homens de outros tempos como é Aquilino não teve qualquer receio de expor o seu ponto de vista verdadeiro e sofrer depois as consequências impostas pelo regime.

25 de janeiro de 2009 às 17:59  
Blogger Joana Dias said...

Recomendo o Malhadinhas (ou o livro de contos em que ele costuma estar inserido).
É das obras mais conhecidas mas nem por isso menos significativa para um leitor se iniciar.
Esta história de vida, contada pelo próprio almocreve que a sofre.
Ele que se vai tornando humano (ma non tropo) mas que começa quase como um animal.
Ganha emoções, ganha matizes e à sua volta as outras personagens encontram forma de viverem também naquilo que é um retrato poderoso de uma certa portugalidade.
O retrato de meio século de vida na Beira Alta que conserva a linguagem popular que se arriscava a desaparecer na altura.

25 de janeiro de 2009 às 20:35  
Blogger Carla Simões said...

Autor de uma vasta obra (contos, novelas, romances, estudos etnográficos, biografias, ensaios, impressões de viagem, literatura infantil e traduções), Aquilino foi um dos romancistas mais fecundos da primeira metade do século XX.
Oriundo da Beira Alta, Aquilino inspirou-se nos ambientes da sua terra natal, sendo a sua obra uma excelente manifestação desse mundo rural, em que as montanhas e os vales, as gentes e os costumes serviram de cenário.
Ao debruçar-me sobre a vastidão das suas obras que fazem jus a esta tendência, a minha escolha recairia sobre o conto "O Livro do Menino Deus", que nos oferece uma visão diferente sobre as raízes e as tradições da quadra natalícia.
Não sei se esta minha escolha não será também um reflexo do sentimento especial que nutro pela época festiva em causa, mas a realidade é que neste conto está patente todo o fascínio, a magia desta quadra, com todas as suas tradições, como os Presépios, a Noite de Natal com todo o seu esplendor, a inevitável Missa do Galo, a Consoada, e para terminar as Janeiras e os Reis. Não posso também deixar de salientar a passagem do livro em que Aquilino descreve com toda a emotividade e força as andanças de dois grupos que pediam as Janeiras, e que nos mostra quão real é a sua obra e as suas descrições.
Numa verdadeira mão cheia de anotações de carácter etnográfico alusivas à celebração do Natal beirão e lembranças duma idade vivida na candura da religião dos pais, Aquilino oferece-nos assim um belíssimo quadro da época natalícia, enquadrando-a quer na História Religiosa quer na Etnografia.
Por isso, recomendo vivamente a leitura deste conto, que certamente fará as delícias de miúdos e graúdos e sobretudo de todos aqueles que tal como eu ainda sentem um encanto especial pelo Natal!

26 de janeiro de 2009 às 17:27  
Blogger nanda said...

Humildade Gloriosa. A deliciosa história de Fernando Bulhões o nosso Santo António. Duas partes: antes de santo e depois de santo.

Antes de santo. Idade Média. Lugares, costumes,uma nova filosofia nasce na Igreja. O Rei leproso. Os amores de Violante que não se conforma com a escolha de vida do seu amigo de infância, Fernando, e decide emparedar-se. Amigos e faliliares, convencidos que Violante estava possuída pelo "mafarrico", conduzem-na ao exorcista. Segue-se o diálogo mais hilariante da nossa literatura. A conversa do padre com o demónio. Espanto-me que esta cena nunca tenha sido aproveitada pelo nosso Teatro.

Depois de Santo. Aí vêm os conhecidos milagres. Como nasce a fama de casamenteiro. Um concílio no Céu que vai decidir se o frei António merece ou não ser santo. A sua vida escrutinada ... Um livro imperdível!

27 de janeiro de 2009 às 01:36  
Blogger maria said...

Eu recomendava "o Romance da Raposa". Gostei qundo o li e os meus filhos também.
Tirando esse livro conheço pouco a obra de Aquilino.

27 de janeiro de 2009 às 19:31  

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