19.10.08

O envelhecimento da população: a saúde e novos desafios sociais

Por António Barreto
QUANDO SE FALA da “parte fraca” da sociedade, sempre pensamos em crianças, nos idosos e nos doentes.
Uma inspiração marcante no desenvolvimento do Estado de protecção ou no Estado Providência é justamente essa: no cuidado a ter para com os mais fracos: as crianças, os doentes e os idosos.
Acontece que, pela minha observação pessoal (que não reputo representativa), noto os imensos progressos feitos no cuidado das crianças e dos doentes e sublinho a menor atenção, a muito menor atenção prestada aos idosos.
Nas últimas décadas, ao mesmo tempo que os cuidados destinados às crianças e aos doentes não cessaram de aumentar, a marginalidade e a solidão dos idosos não parou de crescer.
Ao mesmo tempo que as crianças devem ter toda a espécie de cuidado, protecção e instituições (até para os pais poderem ir trabalhar) e vão-no recebendo, são cada vez mais os idosos que devem deixar a casa da família, ir viver sozinhos, ir residir em lares especializados, arrastarem-se sozinhos por hospitais e casas de saúde, enfim, morrer sozinhos.
(...)
Texto integral [aqui]

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5 Comments:

Blogger R. da Cunha said...

Concordo em absoluto com o artigo, e em Portugal pouco ou nada se se tem feito. O Estado tem-se alheado deste incomodativo assunto. Há uns "lares", que são depósitos de gente velha, sem esperança de qualquer espécie; há outros lares, com condições razoáveis, onde o comum mortal não pode entrar.

19 de outubro de 2008 às 18:22  
Blogger Luís Bonito said...

Também concordo e acho pertinente. Os países que são evoluídos tratam bem as crianças, os idosos e os animais, pelo menos.
Da minha recente experiência de vida no exterior, entre muitas coisas diferentes pude apreciar como os idosos podem ter outras soluções, com qualidade de vida.
Aqui na Alemanha, vejo muitos idosos com 70, ou até mais de 80 anos, que se deslocam de bicicleta.
Além de bons lares, utiliza-se muito o conceito de “Seniorwohnung” (habitação para idosos) em que a casa ou apartamento se situa no rés-do-chão e está adaptada com portas mais largas para poderem ser utilizadas cadeiras de rodas em toda a habitação. Alguns recorrem a apoio domiciliário.
Claro que para isto é preciso haver mercado de arrendamento, como aqui.
Outro conceito muito interessante é o de “Wohngemeinschaft” (habitação em comunidade)(http://de.wikipedia.org/wiki/Wohngemeinschaft). Este conceito é muito usado por estudantes e pessoas mais jovens, mas também há idosos que, sentindo-se ainda capazes, se juntam em pequenos grupos e alugam uma habitação maior, poupando assim alguns custos. Muitas vezes cada um deles tem aptidões diferentes e contribui com o seu trabalho para a comunidade: limpeza, pequenas reparações, cozinha, etc.
O próprio governo criou e incentiva as habitações em comunidade de várias gerações (http://www.mehrgenerationenhaus.de/)
Um grande obstáculo às mudanças é o tal “sótão” cheio de “macaquinhos” ou coisas velhas que se teimam em não deitar fora...

19 de outubro de 2008 às 19:11  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

É sempre interessante ver as datas em que textos como este são escritos, pois isso ajuda-nos a ver o que - eventualmente... - mudou.

Este é do ano 2000...

19 de outubro de 2008 às 19:42  
Blogger R. da Cunha said...

Pois em oito anos nada mudou, tanto quanto me é dado saber. O Autor não subscreveria hoje o artigo?

20 de outubro de 2008 às 00:20  
Blogger António Barreto said...

Caro R. da Cunha,
Com certeza que subscrevo hoje o que escrevi há anos. Nesta área, as carências são hoje ainda mais sérias, pois a população envelheceu mais quase uma década, há mais pessoas a não poderem ou não quererem viver com os seus velhos...

26 de outubro de 2008 às 23:57  

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