20.8.08

A PRINCIPAL CARACTERÍSTICA dos livros de Michael Crichton, que faz com que pareçam tão verídicos, é o extremo cuidado que o autor dedica aos temas sobre os quais escreve, estudando-os com raro pormenor.
Neste thriler de 1992, ele aborda em detalhe muitos aspectos da sociedade nipónica, de entre os quais sobressai o facto de a criminalidade no Japão ser extremamente baixa - não porque as penas sejam elevadas, sublinha ele, mas sim porque a probabilidade de um criminoso ser apanhado e punido ronda os 100%, independentemente da gravidade do acto que cometa.
Não sei se, actualmente, a realidade ainda será essa. Apenas sei que estive, já depois disso, em Osaka (e noutras localidades menos conhecidas), e andei por lá, mesmo de noite, com um à-vontade que, por cá, não teria.
*
Lembro-me sempre desta obra de cada vez que vejo, em Portugal, gente responsável (?) a 'desvalorizar', a 'desdramatizar', a 'minimizar' e a 'relativizar' o crime menor, adubando assim alegremente o caldo de cultura onde a impunidade medra - a ponto de parecer, aos olhos dos beneficiados com ela, que é um direito adquirido!
Claro que nada disso é novo - mas olhem que, às vezes... até parece!

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2 Comments:

Blogger R. da Cunha said...

Eficácia dos meios se segurança pública. E decerto que os 100% "apanhados" cumprem pena efectiva, digo eu.
Nos últimos anos, nesta época de Verão há como que um pico de criminalidade, mas julgo que este ano as coisas estão piores. A noite passada foi o assalto à carrinha de valores; já hoje, em Setúbal um homem assassinado num assalto. Mas as entidades responsáveis entendem que que está tudo dentro da "norma". Estará?

20 de agosto de 2008 às 23:15  
Blogger Alhosvedrense said...

R. da Cunha,
Para as 'entidades' está tudo normal! Eles vivem num mundo à parte! Eles têm motoristas que circulam em excesso de velocidade, que estacionam por eles e por vezes em locais proibidos,... eles têm seguranças e guarda-costas para os vigiarem e protegerem (assim como os seus bens... e se calhar filhos e mulheres)... Claro que para eles 'não se passa nada'... eles usurpam para beneficio próprio, os meios que deveriam estar à disposição de todos... quanto custam os serviços de vigilância pessoal e material, motoristas e similares para os membros do governo, ex-governantes e autarcas?
Sem cairmos num estado policial e totalitário, tem de haver 'tolerância zero' para atitudes incumpridoras, marginais e violentas, bem como tem de haver uma justiça célere e eficaz...
Ser chico-esperto continua a dar frutos no rectângulo...

21 de agosto de 2008 às 01:03  

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