25.8.08

Os Jogos

Por Joaquim Letria
ACABARAM, FINAMENTE, os Jogos Olímpicos de Pequim e Portugal, como todos nós sabemos, oscilou entre o garrote, o desespero e a vergonha e a heroicidade, o sacrifício e o bem comum. Bastou a medalha de Ouro dum costa-marfinense e a de prata duma heroína do Norte para se obter a diferença. A Marinha já não morreu na praia, até vai reformular as guarnições e preparar os próximos desembarques e as Associações, o governo tutelar e os atletas portaram-se melhor do que o Churchill, e os combatentes nas pistas e mares foram melhores do que os vencedores da batalha de Inglaterra.
A maioria ainda se recordará do espírito de Coubertin, a necessidade absoluta de se ser amador, a importância única e vital de participar, a vergonha de receber subsídios, bolsas e “cachets”. Já não é assim. Todos gritam pela necessidade de se ser profissional e brioso. Daqui a quatro anos, em Londres, ainda vai ser pior.
«24 Horas» de 25 de Agosto de 2008

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2 Comments:

Blogger Rafeiro Perfumado said...

Ao lerem este texto, a expressão que mais se irá ouvir é "Couber quem?!?"

Abraço!

25 de agosto de 2008 às 16:59  
Blogger R. da Cunha said...

De um fôlego, passou-se do fosso da Vergonha Nacional para a melhor classificação de sempre em JO. E até o dirigente máximo, que dizia ir retirar-se pela porta baixa do palco, vem agora reconsiderar etc. e tal., e em Londres é que vai ser.

25 de agosto de 2008 às 22:54  

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