21.8.07

PASSEIO ALEATÓRIO

O Farol de Santa Marta

Por Nuno Crato


O EDIFÍCIO É MUITO ANTIGO. Começou por ser um forte, onde em 1868 foi montado um sistema de auxílio à navegação. Era apenas um farolim, ou luz de porto, que marcava o fundeadouro de Cascais e orientava os pilotos para a entrada norte na barra de Lisboa. Os navios situavam-se no enfiamento dessa luz com a do farol da Guia, e assim navegavam para o porto da capital.
A princípio, o farolim tinha uma lanterna, depois um candeeiro de petróleo de duas torcidas.
Em 1897, tinha já um sistema de reflexão (catóptrico) e um sistema de lentes (dióptrico). Era promovido de farolim a farol. A sua luz vermelha fixa podia-se avistar no mar a uma distância de mais de dez milhas marítimas (quase 20km).
Em 1908, o sistema óptico foi substituído por um catadióptrico (reflexão e refracção) que ainda hoje aí se encontra.
Em 1936 a torre foi subida de oito metros e em 1953 o sistema de iluminação foi melhorado. A luz vermelha deixou de ser fixa e passou a intermitente.
Mais tarde, para melhor identificar o farol e o distinguir das luzes circundantes, foi-lhe acrescentada uma luz branca com alcance de 18 milhas (cerca de 33 km).
Em 1981, o farol foi automatizado. Os faroleiros deixaram de acender e apagar as luzes. A velha torre perdeu a vida, iluminando-se apenas à noite, e por comando eléctrico.
Renasceu agora, pois o farol abriu ao público e tornou-se um museu vivo. É um espaço bonito e romântico, de onde se vê o mar e a baía. Passou a ser também um espaço de referência para a história da ciência e da técnica. Mostra muitos instrumentos históricos, preciosos e belos. Vêem-se lentes gigantescas e lanternas curiosas. Merece o passeio.
Adaptado do «Expresso» de 18 de Agosto de 2007

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