23.5.07

Quem quer discutir este assunto?


Algumas dicas para discussão:
* Quem não ouviu já frases como «Se o chefe me chateia muito, dou parte de doente»?
* Então e os médicos que dão essas baixas fraudulentas... Como é?! Não acontece nada?
* E os que passam atestados-médicos a pedido (há casos de alguns que nem chegam a ver os doentes), declarando, por escrito e por sua honra, que Fulano está incapacitado para trabalhar (quando o têm ali na sua frente, são como um pêro)... Como é?! Não acontece nada?
* O que diz a Ordem dos Médicos a situações como a dos atestados falsos dos alunos de Guimarães - que foram centenas? A ideia generalizada de que a Ordem pactua com isso é injusta?
* Mas, inversamente, o que pode fazer um médico - por mais honesto que seja - quando lhe aparece um falso doente a queixar-se de náuseas, de nervoso-miudinho ou de «uma dor não sei onde, mas que só eu sei...»?
* Os falsos doentes que são apanhados em fraude descarada (e comprovada por junta médica) não deveriam devolver o dinheiro que - alguns durante anos! - receberam indevidamente dos outros contribuintes?
* Se as únicas penalizações forem fechar a torneira e ter de regressar ao trabalho, onde é que está o desincentivo à repetição da fraude?
* Porque é que, quando há acções contra as falsas baixas, os sindicatos aparecem sempre com um paleio desculpabilizante, dando a entender que estão mais do lado de quem comete a fraude do que de quem é vítima dela? Ou não é isso que sucede?
* Na província, as fábricas queixam-se das baixas sazonais, nas alturas das colheitas, das vindimas, da apanha da azeitona... Como encarar (condenar) essas baixas fraudulentas, sabendo-se que são um recurso de quem ganha pouco - para poder ir trabalhar para outro lado, arredondando o dinheiro que é escasso?

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Na realidade, as dicas, embora sob a forma de perguntas, já encerram em si as respostas (ou apontam para elas).

A nossa entranhada cultura do desenrasca torna socialmente aceitáveis situações que não o deviam ser.
A corrupção tem muito a ver com isto, e o espírito latino também.

Resumindo e concluindo: o que se passa é uma vergonha (mais uma), mas neste país de gajos porreiros tudo parece aceitável, e como o prejudicado é o pagante anónimo... toca' andar.

É claro que o Governo faz bem em combater este flagelo e devia ir mais longe nas punições. No mínimo, obrigar aos reembolsos das verbas fraudulentamente recebidas.

Ou, pelo menos, ameaçar fazê-lo, de futuro.

23 de maio de 2007 às 22:37  
Anonymous Anónimo said...

Caro CMR,

Quanto a mim, o assunto é muito interessante mas foi mal escolhido como tema para "discussão", porque não tem muito que discutir.

As baixas fraudulentas são um crime (de burla) evidente, em que os actores são conhecidos e as vítimas também. Por isso, os primeiros devem ser confrontados com os seus actos, e punidos em conformidade, de acordo com a lei.

Ed

24 de maio de 2007 às 11:09  

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