29.11.06

As criancinhas

PARECE QUE alguns hotéis e restaurantes estão a proibir a entrada de crianças, o que origina movimentos de repulsa e protestos.

Há que compreender a “reserva do direito de admissão” que pode vigorar na hotelaria. Ninguém diz, por pudor, mas a questão não está nas crianças. A questão está na má criação das crianças e dos pais em Portugal.

Há dias, uma adorável Vanessa entreteve-se durante o meu almoço a escrever e riscar com um marcador a toalha da minha mesa, sem uma única advertência dos papás. Há pouco tempo, uma mamã gemeu, sem êxito, uma única vez: “Sebastião, não incomode o senhor” para o encantador rebento que, todo o santo tempo, quis meter as mãozinhas nos bolsos do meu casaco.

Claro que estes são casos de que só eu posso ter razões de queixa. Nem menciono as correrias, os gritos, os choros, os voos a baixa altitude que, em correria, de braços abertos, os meninos e as meninas adoram fazer enquanto os paizinhos mastigam, falam ao telemóvel ou gritam para outra mesa. Confesso que, em Portugal, fujo de hotelaria com crianças como de restaurantes com baratas.


«25ªHORA» – «24 horas» de 28 Nov 06

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