28.10.05

As nossas monjas...

ESTA imagem ilustra a 11ª história do «DECÂMERON», de Boccaccio (1313-1375), intitulada «O Serralho do Mudo».
Adiante se explica porque é que aqui veio parar...


COMO se sabe, houve grande e justificada algazarra quando, pouco depois de tomar posse, Sócrates resolveu dar o dito por não dito na questão da carga fiscal.

Mas não há dúvida que, nestas coisas, o mais difícil é começar:

Vêm aí novos e maiores impostos; o IRS dos pensionistas vai subir; o referendo sobre o aborto pode não vir a ser feito (*); os estudos de viabilidade económica da Ota (solenemente prometidos para Outubro) só aparecerão, na melhor das hipóteses, em Novembro.... e o mais que se verá nos próximos tempos.

E é aqui que entra o conto de Boccaccio:

Trata-se de uma saborosa história de um rapaz que finge de surdo-mudo para trabalhar num mosteiro onde ele sabe que há oito monjas e uma abadessa com certas necessidades a que ele se propõe prover...

Depois de algumas peripécias (não muitas...) é bem sucedido embora, a partir de certa altura, comece a ter grandes dificuldades em dar conta do recado.

A imagem ilustra a primeira abordagem que elas fazem ao espertalhão. Ele finge dormir, uma das monjas explica o seu projecto a outra, e esta reage:

- Deus meu! Que dizes? Esqueces-te que prometemos...!

- Não. Mas quantos outros votos fazemos nós todos os dias sem cumprir um só que seja?

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(*) Ver, a este propósito, a "Correcção" feita em «Comentário-2»

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Imagem colocada com link para:
www.polygraphicum.de/scan/BOCCACCIO%20Decamerone%20T2%20N3%20Gravelot-Le%20Mire%201755-2.jpg

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Parabéns, está genial!

Rosa M.F.

28 de outubro de 2005 às 16:41  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Correcção:

Segundo se lê no «Diário Digital» de hoje (ver links em baixo indicados), o que agora se passa até é o contrário:

O PS, afinal, quer cumprir o compromisso do referendo (em 2006), e aqueles que passam a vida a acusá-lo de faltar ao prometido é que querem que ele dê o dito por não dito!!

Para a Constituição Europeia (coisa "facílima"...), exigia-se que se desse a palavra ao nosso povo, e para uma coisa desta importância, já não?

A ideia é APROVEITAR (?!) a actual maioria.
Então, se depois a maioria mudar, volta tudo atrás?

Importam-se de explicar essas coisas à gente burra?

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=12&id_news=199191

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=12&id_news=199189

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=12&id_news=199175

28 de outubro de 2005 às 22:36  

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