27.8.05

O povo é quem mais ordena,

o pior é que nem sempre ordena o que a gente quer!

TODA a gente sabe que, em certas condições, com 1000 ou 2000 inquiridos já é possível antecipar, com uma margem de erro pequena, o resultado final de uma votação.

Ora, o referendo anterior sobre o aborto, apesar de não ter sido vinculativo, teve uns milhões de "inquiridos" - e o seu resultado sabe-se bem qual foi. Por isso, quem garante ao PS e ao BE que um novo referendo vai dar, agora, um resultado oposto ao anterior?! Eu, se fosse a eles, não poria as mãos-no-fogo...

Percebe-se, pois, que o PCP (mais próximo da realidade...) defenda que, como o referendo pode dar NÃO, o melhor é aproveitar a maioria parlamentar actual para obter um SIM... (Ver texto em «Comentário-1»).

5 Comments:

Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Aborto: PCP acusa PS de «desperdiçar» maioria parlamentar
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O PS está a «desperdiçar» a sua maioria absoluta no Parlamento, ao querer referendar o aborto, e, juntamente com o Bloco de Esquerda, será responsável pela incerteza quanto ao defecho de uma nova consulta popular na aprovação da lei de despenalização do aborto, afirma o PCP esta sexta-feira, em comunicado.

Para a Comissão Política comunista, tanto o PS como o Bloco de Esquerda - que apoia a proposta do PS para um novo referendo a esta questão - serão «responsáveis» pela imprevisibilidade do resultado de uma nova ida às urnas. Para os comunistas, a «insistência» dos dois partidos na proposta de realização do referendo torna-os também «aliados das forças políticas que sempre se opuseram e opõem» à legalização da interrupção voluntária da gravidez.

Numa reacção ao parecer favorável do Tribunal Constitucional às alterações à lei do Referendo propostas pelo PS, que permitirão a consulta popular sobre o aborto ainda este ano, o PCP afirma que a Assembleia da República fica assim impedida de aprovar, «no exercício das suas competências legislativas», a despenalização da IVG.

Para o PCP, ao querer fazer depender a alteração da lei da consulta popular, o PS «desperdiça a sua maioria absoluta e a maior maioria parlamentar de sempre, ignorando e adiando a dimensão social e política do aborto clandestino».

(http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=12&id_news=189496)

27 de agosto de 2005 às 15:18  
Anonymous Anónimo said...

É como com a regionalização:

Como o resultado não agradou, vão-se fazendo referendos até dar o que se quer.

Se a nova situação for irreversível, não há dúvida que estamos em presença de um cínico conceito de democracia.

No caso do referendo sobre o aborto, a posição do PCP teria lógica se não tivesse havido já um referendo.
Agora, o que ele quer não teria um mínimo de dignidade democrática.
Seria mais uma daquelas chico-espertices que tanto desacreditam a tal classe política que "não se enxerga".

C.E.

27 de agosto de 2005 às 15:26  
Anonymous Anónimo said...

É um facto que muitas vezes o povo vota contra si mesmo, nomeadamente quando elege quem o quer explorar.

Mas não se pode é apregoa, umas vezes:
«Haja eleições! Dê-se a palavra ao povo!»
e outras vezes:
«Calma aí... Um referendo pode dar um resultado mau. Vamos lá pôr outros gajos a votar (que não o povo), por forma a garantir um resultado que convenha... ao povo».

E.R.R.

27 de agosto de 2005 às 18:48  
Anonymous Anónimo said...

Pior!
A proposta do PS apenas vai alterar o nº de semanas para as quais haverá ou não haverá criminalização do aborto.
No essencial, vai ficar tudo na mesma como está.

Na realidade, se a lei actual fosse cumprida já não era mau de todo:
As mulheres de que tanto se fala por irem a Badajoz, vão apenas servir-se, lá, de uma lei igual (ou muito semelhante) à que actualmente temos.

27 de agosto de 2005 às 18:51  
Anonymous Anónimo said...

Sim, e ainda há pouco se soube que em muitos hospitais se negam a aplicar a lei existente!
Mas com isso ninguém se preocupa.

Se a lei não é cumprida... faz-se outra, nem que seja igual.

D.

27 de agosto de 2005 às 19:25  

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