25.8.05

Esclarecidos?

ANTÓNIO Costa, portanto, explicou a Jorge Sampaio que a lei que este queria que se fizesse já está feita - ficámos apenas sem saber quem é que a promulgou...
Na continuação da rábula, o mesmo António Costa esclareceu ainda que o grande problema é que a lei não é cumprida.

Para PR e MAI (cada um na sua especialidade...), não estão nada mal!

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

"Gaffes" - Falando demais, quem não as comete?
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Recentemente, Sampaio também se insurgiu contra os bancos por não disponibilizarem "capital de risco".
Fê-lo em público, e tentando ser engraçado.

Embaraçados, vieram então economistas e banqueiros explicar-lhe que os bancos NUNCA investem assim.
O chamado "capital de risco" é disponibilizado por empresas (em geral as tecnológicas) e nunca por bancos. Para estes, já basta o risco do "crédito mal-parado".
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Conclusão: o homem é simpático, mas está mesmo a precisar de descansar e dar o lugar a outro.
Mas corremos o sério risco que os 3 gerontes que se perfilam também não tenham a cabecinha em muito melhor estado...

26 de agosto de 2005 às 10:33  
Anonymous Anónimo said...

Um interessante texto publicado no «ABRUPTO» por um leitor:

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UMA "PEQUENA" (R)EVOLUÇÃO ...

A solução para o problema da limpeza das matas é simples. Basta uma "pequena" (r)evolução na mentalidade dos portugueses.

A EDP possui, em Mortágua, uma central termoeléctrica de resíduos florestais. A descrição que se segue foi retirada do sítio da Ciência Viva:

" A floresta foi e será sempre uma grande fonte de energia. Desde os primórdios da humanidade que é ela que fornece lenha para o Homem se aquecer e cozinhar os seus alimentos. Hoje em dia, esta energia que provêm das florestas, a biomassa, representa 15% da energia primária consumida no mundo inteiro. Em Portugal, existe apenas uma instalação de produção de electricidade utilizando como principal combustível a biomassa. Esta central é a Central Termoeléctrica de Mortágua, localizada na zona Centro do País, na margem direita da albufeira da Aguieira.

Esta central utiliza os resíduos florestais, muito abundantes naquela zona, para produzir electricidade, criando assim, além da energia que nos é indispensável no nosso dia-a-dia, condições que permitam aos proprietários florestais sentirem-se motivados para manterem as matas e florestas limpas. Desta forma, a Central de Mortágua contribui para a diminuiçãou do número de incêndios e para o ordenamento florestal da zona Centro do País, que produz anualmente um valor estimado de perto de 500 mil toneladas de resíduos florestais (biomassa).

A Central Termoeléctrica de Mortágua começou a operar em Agosto de 1999 e permite o escoamento de 100 000 toneladas ano resíduos florestais queimados numa caldeira de 33MWth. A Central tem uma potência instalada de 10MVA – 9MW e foi projectada para entregar à rede de distribuição de energia eléctrica cerca de 63GWh por Ano. "

Ou seja: o aproveitamento da biomassa não só é desejável, como rentável. E se o era com o petróleo a 20 dólares o barril, obviamente que também o é com o petróleo a 65 dólares por barril e mais será quando o petróleo atingir, brevemente, os 100 dólares o barril.

Eu faço parte do vasto grupo de pequenos proprietários florestais que jamais irá limpar as suas propriedades, mesmo com leis sobre limpeza coerciva. Vivo a muitos quilómetros de distância de nem-sei-quantas pequenas propriedades que herdei. Possuo 1 não-sei-quantos-avos dessas propriedades das quais não retiro qualquer benefício económico. Se alguém quiser limpar, desbastar, ordenar e disso retirar algum benefício económico, por mim óptimo.

A solução: deixarmos de idolatrar a propriedade privada como algo intocável, na qual ninguém tem o direito de entrar nem interferir. É uma questão de cidadania, de colocar o interesse público, comunitário, acima do interesse privado, beneficiando por consequência também o que é privado. Lembram-se do filme "Mentes brilhantes", sobre a obra e vida de John Nash, que ganhou o prémio Nobel da Economia? Ele acrescentou a uma teoria que já existia algo que os portugueses precisam de interiorizar: o interesse do grupo. À teoria que dizia "Numa organização, o benefício máximo é atingido quando todos os membros trabalham em prol dos seus objectivos particulares", John Nash acrescentou: " e dos do grupo".

A solução: legislar no sentido de atribuir poder e responsabilidade (à EDP, às autarquias, a quem quiser) para limpar, desbastar, ordenar (no sentido de abrir caminhos e corta-fogos, não no sentido de cortar a direito e replantar) toda e qualquer propriedade florestal, privada ou do estado (exceptuando aquelas cujos proprietários declarassem que o fariam por sua conta). O aproveitamento da biomassa para produção de electricidade tornaria a actividade rentável e mais centrais como a de Mortágua poderiam ser construidas. Limpavam-se as matas e florestas, produzia-se emprego e riqueza, diminuia-se a importação de petróleo para a produção de electricidade. Haja coragem política.

(Jorge Carvalho Silva)

26 de agosto de 2005 às 11:05  
Anonymous Anónimo said...

(Esse artigo teve o seguinte comentário de outro leitor.
Posso confirmar que o que aqui se diz é verdade. Não só com ferros, como também com pedras!!)

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Há alguns anos, mais precisamente, 2002, no âmbito de uma visita de estudo á referida central termoelectrica, a certo ponto, somos informados dos longos e frequentes tempos de paragem na producão de energia electrica.

Pelo que nos explicaram, o processo era simples: Camiões carregados com bio-massa eram pesados á entrada, descarregavam o seu material, e recebiam o pagamento correspondente. Infelizmente, a grande maioria, talvez por omissão, não limpava o carregamento dos inúmeros pregos e outros materiais pesados como barras de ferro que se encontram frquentemente em florestas.

Ironias á parte, estes materiais, utilizados pela valorizada "esperteza saloia" do português, bloqueavam obviamente a producão, estragavam algumas máquinas, enfim, trucidavam o valor da própria central.

É o enraizamento destas atitudes que mata o progresso. E é uma atitude que não se resolve com financiamentos público ou privados, com uma organizacão social ou liberal. Como resolver, não sei. Mas creio que a desmistificacão de alguns valores como a ética e a honra, e o incentivo diário da bocalidade e êxito fácil nos meios de comunicacao social, é o que mais tem impedido a inversão destas mesmas atitudes.
(Daniel Rodrigues)

26 de agosto de 2005 às 12:39  
Anonymous Anónimo said...

A limpeza coerciva...
Aqui há umas semanas atrás, a senhora da limpeza de um café que habitualmente frequento, na zona de Colares, apareceu chorosa e rabujenta. Porque a conheço há já muito tempo, perguntei-lhe o que se passava, a pobre da senhora começou a desabafar e eu fiquei a saber que, o marido, que tem um pequeno tractor, se tinha dirigido a uns pinhais da vizinhança, que estão cheios de mato, ramagens e árvores caídas, para ir buscar uns pinheiros secos caídos no chão e encher uns sacos com pinhas, hábito que mantinha já há muito tempo, pois quando o inverno chega é preciso acender a lareira. Até aí nada de extraordinário e eu ia acenando que sim com a cabeça. Foi então que o resto da estória me espantou "Então e não quer a menina lá ver, apareceu a GNR e passou-lhe uma multa de 100 euros!!" Oh Dona Lena, disse eu incredula, não pode ser, se calhar ele estava era a cortar algum pinheiro verde..." "Não senhora" indignou-se a mulher "Pra que é que a gente queria a madeira verde??? Sequinho, do chão..."
E eu, admirada, " mas oh sra Lena, então pois se ele até estava a limpar o pinhal, porque é que o multaram?" "Sei lá, menina, sei lá...dizem que isto agora é tudo zona verde, não se pode apanhar nada..." respondeu enquanto espremia furiosamente a esfregona no balde.
E agora, pensando nisso, vem-me à ideia a imagem da mesma senhora Lena, a espremer as cabeças dos nossos governantes para dentro do balde para os libertar da m**** que têm lá dentro....
Lily of the Valley

26 de agosto de 2005 às 12:58  

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