29.7.05

«Fogo... amigo... a TV está contigo!»

ESTA semana, no programa «Quadratura do Círculo», Lobo Xavier deu destaque a um mistério que algumas pessoas têm referido - como, no «Abrupto», um leitor muito bem resume:

«No ano passado, apesar da situação bem menos grave em matéria de incêndios, não se via reportagem televisiva sobre os mesmos em que não se perguntasse aos bombeiros se achavam que tinham meios suficientes ou às populações afectadas se achavam que o combate estava a ser eficaz (...). O resultado destas perguntas era sempre o esperado: um longo desfiar de críticas ao governo. Este ano, apesar do maior número de incêndios e área ardida, nem uma pergunta sobre "meios" (...)»

A propósito de um outro problema (o da repressão), veja-se o que hoje mesmo «A Capital» diz:

«Entre 1998 e 2003, nenhum acusado de incêndio florestal em Portugal foi condenado a uma pena de prisão».

Se calhar, haverá quem diga que é porque os fogos nas matas coincidem sempre com as famigeradas férias judiciais...
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NOTA: Claro que ficava melhor, a ilustrar este post, uma GRANDE fotografia de um GRANDE incêndio.
Mas uma pequisa em «fogo + amigos» fez-me deparar com esta imagem que, embora não vindo ao caso, é interessante e original.

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Este blogue faz bem em apostar em boas imagens.
O resultado é agradável, e nota-se que há um esforço para que sejam interessantes.

Neste caso, não é só o fogo que é "amigo" das TVs, como a sua abordagem também pode ser feita para agradar aos "amigos" do governo (como parece estar a ser o caso actualmente).

Julgo que "é aí que se quer chegar" com o título e a NOTA final.

John

29 de julho de 2005 às 10:56  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Caro John,

«é aí que se quer chegar com o título e a NOTA final».

BINGO!

29 de julho de 2005 às 11:27  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Caro Pólux,

Seja bem-vido!

Pois é... pelo menos no que me toca (e portanto no queescrevo) a idade tem-me tornado cada vez mais cínico e mais céptico.

Recentemente, dei comigo a não acreditar totalmente em nenhum partido/político.

Acredito numas coisas... desconfio de outras...

Veja o caso de Lisboa:
Entre Presidentes, vereadores e deputados municipais, temos tido de tudo, desde PCP a CDS, passando por PSD, Os Verdes, etc.

Pois a cidade continua na mesma:

O trânsito, os buracos, o lixo, a degradação das casas...

E nenhum dos que aí vêm me oferece garantias de REAL melhoria.

29 de julho de 2005 às 13:35  
Anonymous Anónimo said...

realmente caro sorumbático, os partidos/políticos são lixo mesmo.

29 de julho de 2005 às 13:50  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Lilly,

Também é preciso ver que:

1-Mesmo no lixo há algumas coisas aproveitáveis - nem que seja para queimar...

2-De vez em quando, em períodos de crise como a que vivemos, surgem na sociedade movimentos anti-políticos e anti-partidos.

Curiosamente, os que defendem isso são também políticos, e acabam por formar o seu próprio partido!

(Para só referir Portugal - porque o fenómeno é universal - sucedeu com a União Nacional, de Salazar, e mais recentemente com o PRD, de Eanes).

3-O certo é que os actuais políticos e partidos também não ajudam nada a que se pense de outra maneira...

29 de julho de 2005 às 13:58  

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