19.3.05

«Grão-a-grão...» ou «A grande resolução»

Hoje comemora-se o 2º aniversário da invasão do Iraque

A presente imagem já foi afixada neste blog em Janeiro, mas está aqui novamente para que matutemos no seguinte:

* Clicando nela, pode ver-se que é formada por cerca de 1.400 fotografias de soldados americanos mortos no Iraque.

* Antes de se lançar na aventura, Bush encomedou uma espécie de "estudo de mercado", segundo o qual os americanos aceitavam uma perda de vidas até 1.000.

Como se vê, não é só por cá que os orçamentos são ultrapassados, pois o número 1.500 já foi atingido há algum tempo.

* Quem se interessa por fotografia sabe que a definição da imagem é tanto melhor quanto menor for o "grão". Nas digitais é o número de "pixeis" que conta.

Pelos vistos, "Bush e ajudantes" são grandes amantes dessa arte, pois têm feito os possíveis para que as sucessivas versões desta imagem tenham cada vez maior nitidez.

Se eles resolverem fazer uma com fotografias dos civis mortos (cujo número há muito ultrapassou a barreira dos 100.000), então é que nem vos digo nada - grande resolução!

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Nota: Uma versão mais cuidada deste texto foi publicada no «Diário Digital» no dia 21, n' «A CAPITAL» de 22 e 30, e no «DN» de 25 e 30. Está afixada em "Comentários".

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Ainda não vi a fotografia do Bin Laden composta com as dos mais de três mil civis mortos no cobarde atentado de 11 de Setembro.

Por que razão necessitamos de nos auto-flagelar, quando temos pela frente tantos inimigos para liquidar?

SOKAL

20 de março de 2005 às 11:49  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

1º - Se me arranjarem uma dessas fotos do Bin-Laden, colocá-la-ei de imediato.
2 º - Também apreciaria outras, dos tempos em que ele era amamentado por quem agora o persegue.
3 º - Apesar dessa velha cumplicidade (que também se estendeu ao Saddam até 1991 - esta, envolvendo pessoas como Freitas do Amaral, Durão Barroso, Donald Rumsfeld, Bush-pai, etc), todos estamos de acordo em que Bush apanhe e/ou mate quem cometeu o 11 de Setembo.

Mas não "misturemos alhos com bugalhos":

O Iraque - e foi Bush quem já o disse, corrigindo as suas afirmações iniciais - não teve NADA a ver com esse acto terrorista.

Citando Adriano Moreira:

«As pessoas razoáveis devem pedir aos governos que, não podendo evitar a mentira, não ultrapassem a mentira razoável»

20 de março de 2005 às 12:02  
Blogger Carlos Medina Ribeiro said...

Versão publicada no «Diário Digital» em 21 Mar 05:
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«Uma boa resolução de Bush. Quem diria?!»

No passado dia 19, comemorou-se o 2º aniversário da invasão do Iraque.
Ora, antes de se lançar nessa estranha forma de comemorar o «Dia do Pai», Bush encomedou uma espécie de "estudo de mercado", no seguimento do qual ficou a saber que o povo norte-americano aceitava uma perda de vidas até 1.000.

No entanto, o número 1.500 já foi atingido há algum tempo, o que mostra que não é só por cá que os orçamentos são ultrapassados.

A propósito disso, circula na Internet uma fotografia de George W. Bush composta por 1.410 quadradinhos - que são outras tantas fotografias de soldados norte-americanos mortos no Iraque (*), o que levanta um problema tecnológico curioso:

Não é preciso ser-se amante de fotografia para se saber que a definição de uma imagem é tanto melhor quanto menor for o respectivo "grão" - e nas digitais é o número de "pixeis" que conta para esse efeito.

Pelos vistos, "Bush e ajudantes" são grandes amantes dessa arte, pois têm feito os possíveis para que as sucessivas versões dessa tal imagem tenham cada vez maior nitidez.

Se eles resolverem fazer uma outra recorrendo a fotografias dos civis mortos (cujo número há muito ultrapassou a barreira dos 100.000), então é que nem vos digo nada - teremos uma grande resolução!

(*) Pode ser vista, por exemplo, no blog http://sorumbatico.blogspot.com/, no post de 19 de Março 05.

21 de março de 2005 às 21:30  

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